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Clínica e Nutrição

ESPECIALISTAS OPINAM SOBRE NOVO MEDICAMENTO QUE PROMETE TRATAR A FOBIA CANINA A BARULHO

Com atuação inibidora de norepinefrina, Sileo deve conter a ansiedade dos pets, evitando até consequências graves que a fobia pode acarretar
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Com atuação inibidora de norepinefrina, Sileo deve conter a ansiedade dos pets, evitando até consequências graves que a fobia pode acarretar

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Em ambientes com ruídos exagerados, o animal tenta buscar um lugar onde o barulho não ocorra (Foto: reprodução)

Todos conhecem as possíveis fobias que se manifestam nos humanos, como aracnofobia (medo de aranha), acrofobia (medo de altura), fonofobia (medo de barulho), entre tantas outras. Os animais também podem desenvolver um medo exagerado de algo, inclusive do último citado: medo de barulhos. Em julho, a primeira medicação aprovada pela agência norte-americana reguladora de alimentos e medicamentos, para aversão canina ao barulho, chegou ao mercado. A droga Sileo, inibe a norepinefrina, composto químico do cérebro associado à ansiedade e à reação ao medo.

A médica-veterinária especialista em toxicologia, Ceres Berger Faraco, explica que antes de receitar um medicamento para o cão é preciso saber se ele tem mesmo fobia ao barulho. Os sinais mais comuns ao enfrentar ambientes com barulho são, segundo ela, respiração ofegante, salivação excessiva, inquietude, tremores, diminuição da postura corporal, além de urinar e defecar em locais inadequados. “Também ocorre o processo de vocalização e um comportamento de fuga, onde o animal tenta buscar um lugar onde o barulho não ocorra”, explica.

Sobre o remédio, a profissional explica que, após a aplicação do mesmo, o efeito terapêutico ocorre dentro de 30 a 60 minutos. A primeira dose pode ser administrada logo que o cão mostra sinais de ansiedade e medo, ou cerca de 60 minutos antes do estímulo sonoro aversivo ocorrer, por exemplo, os fogos de artifício em dias festivos. “Cada dose dura entre duas a três horas e pode ser administrada a cada duas horas, até cinco vezes durante cada ruído”, discorre.

Ceres descreve que o Sileo tem como princípio ativo um sedativo agonista, alfa-2 adrenérgico, conhecido por Dexmedetomidina, que atua no sistema nervoso central e, mesmo sedado, o paciente é cooperativo. “O elemento inibe a norepinefrina, que é um neurotransmissor e hormônio produzido na glândula adrenal, um órgão situado acima dos rins e está ligado ao estresse e ao sistema de alerta e vigilância”. Ela ainda completa que a noradrenalina aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, recruta a glicose guardada no corpo para ser utilizada, prepara o músculo para agir rapidamente e aumenta a sua contratura, elevando o estado de alerta, e também está ligada a problemas de sono. “Esse neurotransmissor é o responsável pela resposta de defesa do organismo, o ‘lutar ou fugir’. Quando o organismo percebe uma ameaça, ele produz a noradrenalina para preparar o corpo para a ‘guerra’ e lutar contra a ameaça ou fugir dela”.

Já a farmacêutica da Fórmula Animal (São Paulo/SP), Renata Piazera, explica que a nova medicação para aversão canina ao barulho é uma quantidade mínima de um remédio aprovado como sedativo para pequenos procedimentos veterinários, sendo absorvido em meia hora. “Por inibir a norepinefrina, proporciona sensação de tranquilidade ao animal”.

A fobia a barulho pode acarretar consequências leves e severas aos pets (Foto: reprodução)

Segundo a médica-veterinária, que analisou as pesquisas sobre o produto, o medicamento deve ser evitado em cães com doenças cardiovasculares, respiratórias, doenças renais ou hepáticas e animais com doenças que afetam as mucosas da boca, por influenciarem na absorção do produto. Fêmeas prenhas ou lactantes e filhotes com menos de quatro meses também não devem usar o produto. “Exceto nestes casos, penso que será de muita utilidade prática para os tutores e animais e acabará evitando desfechos negativos, já muitos animais se perdem ou sofrem lesões nas fugas de locais com barulho. Certamente, o medicamento irá contribuir para que estes problemas não afetem mais a relação entre pessoas e animais de companhia”, supõe Ceres.

Em contrapartida, a farmacêutica Renata afirma que, em alguns casos mais graves de fobia e pânico a barulho, este medicamento pode ajudar. Porém, existem tratamentos naturais que promovem resultados satisfatórios para esses medos, como Florais de Bach. “Além disso, atividades que promovem gastos de energia, como caminhadas ao ar livre e brincadeiras, proporcionam liberação de felicidade, deixando os animais mais tranquilos naturalmente. De forma geral, há tratamentos menos severos”, defende.

Renata descreve o Sileo como um antidepressivo que, se usado indevidamente, pode vir a causar dependência (Foto: divulgação)

Ceres, que também atua como clínica de comportamento animal, frisa que a fobia a barulho pode acarretar consequências leves e severas aos pets. “Cabe lembrar que os sinais vão se tornando mais intensos com a repetição de situações de exposição a barulhos aversivos sem um manejo adequado. Isso pode levar os animais a traumas físicos na tentativa de fugir desta situação amedrontadora, automutilação e óbito por acidentes durante a fuga”.

Renata, por sua vez, descreve o Sileo como um antidepressivo que, se usado indevidamente, pode vir a causar dependência. “Todo medicamento pode promover efeitos adversos, sendo assim, o médico-veterinário deve sempre avaliar o risco e o benefício do remédio antes de indicá-lo. O mesmo aplica-se a esta fórmula”.

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