A chegada do Dia Nacional do Doador de Sangue reacende um importante tema: a doação nos hemocentros para pets. A baixa de estoque de bolsas de sangue também é algo recorrente quando se trata de cães e gatos. A mudança desse cenário exige conscientização por parte dos tutores.
A usualidade das bolsas é mais comum do que se pensa. Somente no Estado de São Paulo são necessárias 20 mil ao mês nos hospitais veterinários. Manter os estoques é primordial para a saúde de centenas de pets.
O médico-veterinário, que atua como presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) e diretor clínico do Hospital Veterinário Jardins, Thomas Faria Marzano, explica que “situações comuns como atropelamentos, intoxicações e cirurgias podem levar à necessidade de uma bolsa de sangue para salvar o animal e garantir uma recuperação eficaz”.
O problema de falta de sangue, segundo ele, é diário. “Ampliar o cadastro de doadores voluntários possibilita que tenhamos atendimentos mais ágeis para a transfusão de sangue, aumentando as chances de salvarmos um maior número de vidas em nossas clínicas e hospitais veterinários”, afirma Marzano.
Como doar? O primeiro passo é certificar-se de que o animal doador esteja saudável. O animal também deve ser dócil e nunca ter realizado uma transfusão de sangue. “É interessante observar também que os animais precisam estar vacinados, vermifugados, ter entre dois e oito anos e, no caso das fêmeas, não podem estar no cio ou prenhas”, elucida o profissional.
Saúde, temperamento e peso estão requisitospara o pet se tornar um doador (Foto: reprodução)
“É por esse cuidado que reforçamos a ideia de que, além de salvar vidas, ter um pet doador também é garantia de um olhar cuidadoso e aproximado da saúde do seu animal”, explica o médico-veterinário.
Para a verificação de todos os critérios é realizada uma avaliação. Marzano, detalha o check-up completo da saúde do animal. No caso dos cães, são necessários os seguintes exames:
- Hemograma completo
- Leishmaniose
- Dirofilariose (infecção parasitária)
- Ehrlichia (infecção bacteriana)
- Doença de Lyme(transmitida por carrapatos)
- Brucelose (também conhecida como Febre de Malta ou Febre de Gibraltar, transmitida por bactérias)
- Exames de função renal e hepática
Já para os gatos, uma das vantagens de se tornar doador é conseguir de forma gratuita os resultados de exames como:
- Hemograma completo
- Função renal
- Sorologia para FIV(imunodeficiência viral felina)
- Sorologia para FELV (Leucemia viral felina)
- PCR Micoplasmose(doença que pode levar a anemia intensa)
- Tipagem sanguínea
Os bancos de sangue veterinários devem ser registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado em que atuam e contar com um médico-veterinário responsável técnico averbado junto ao órgão, profissional que irá garantir uma coleta sem riscos.
“O ideal é que o tutor procure um banco de sangue de confiança para o cadastro, os exames e a coleta. Essa é a melhor forma de garantir um procedimento seguro, lembrando que o animal pode doar a cada dois meses”, ressalta Marzano.
Fonte: CRMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos.