Espécie analisada teria um “repertório” maior que as jubartes
As baleias jubartes são conhecidas pelo seu canto, mas um estudo realizado no arquipélago norueguês de Svalbard mostra que as baleias-da-groenlândia emitem sons podem ser tão variados quanto o de pássaros canoros.
A pesquisadora da Universidade de Washington, Kate Stafford, nos Estados Unidos, e líder do estudo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society, compara o canto ao jazz. “Se o canto da baleia jubarte é como música clássica, o da baleia-da-groenlândia é como jazz”, diz.
O estudo exigiu três anos de observação das baleias. O grupo analisado emitiu 184 canções únicas. As vocalizações foram detectadas em qualquer momento do dia e ao longo da maioria do inverno de cada ano, quando se dá a temporada de acasalamento destes animais.
“O alfabeto das baleias-da-groenlândia tem milhares de letras até onde sabemos. Enquanto a canção de uma jubarte pode durar de 20 a 30 minutos, uma canção de uma baleia-da-groenlândia pode ter de 45 segundos a dois minutos, mas elas a repetem várias vezes “, disse Stafford à BBC News.

Espécie possui habilidade de romper uma barreira de atémeio metro de gelo e chega a viver 200 anos (Foto: reprodução)
A capa de gordura da espécie, a mais grossa entre todas as espécies de baleias, fez com que os animais que vivem neste arquipélago fossem caçados desde o início dos anos 1600. A redução do número destas baleias existentes ali e as duras condições de seu habitat natural sob o gelo fizeram com que elas fossem pouco estudadas e conhecidas.
Algumas questões ainda não foram solucionadas pelos pesquisadores, não se sabe, por exemplo, se uma baleia-da-groenlândia canta a mesma música por toda a vida ou se muda de uma estação para outra. Também ainda não foi determinado por que há uma diversidade tão grande de cantos em uma mesma população.
Outra necessidade, segundo a estudiosa, é identificar acusticamente cada animal e aprender mais sobre quem está fazendo a vocalização e o motivo disso. “É um mistério que será difícil de solucionar. Mas ser capaz de escutar o que ocorre sob o gelo neste local remoto é incrível”, afirma a cientista.
Fonte: BBC, adaptado pela equipe Cães&Gatos.