A ciência acaba de ganhar uma nova perspectiva sobre dois dos animais mais peculiares do planeta: o ornitorrinco e a equidna. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences revelou informações inéditas sobre seus ancestrais, a partir da análise interna de um fóssil de mais de 100 milhões de anos. A pesquisa é assinada por especialistas da Universidade de New South Wales, na Austrália, e pode reescrever parte da história evolutiva dos mamíferos.
O fóssil em questão, um úmero (osso do braço superior), pertence ao Kryoryctes cadburyi, um ancestral do grupo dos monotremados — mamíferos que botam ovos. Descoberto em 1993 na região de Dinosaur Cove, no sudeste da Austrália, o osso se parecia externamente com o de uma equidna, animal terrestre. Mas, segundo a paleontóloga Laura Wilson, “usando técnicas avançadas de imagem em 3D, conseguimos revelar características antes invisíveis desse osso antigo, e elas contaram uma história bastante inesperada”.
Ornitorrincos e equidnas são únicos entre os mamíferos modernos. Ambos produzem leite, mas não têm mamilos: os filhotes lambem o leite diretamente da pele da mãe. Também são desprovidos de dentes e possuem características físicas incomuns — como o bico de pato do ornitorrinco e as patas traseiras viradas da equidna, adaptadas para escavação. “Essas criaturinhas têm esquisitice de sobra”, brinca o professor Guillermo Rougier, da Universidade de Louisville, que estuda a evolução dos primeiros mamíferos.
Apesar das diferenças visíveis entre os dois, a descoberta do fóssil mostra que eles compartilham um passado evolutivo muito mais próximo do que se imaginava. Para Rougier, a importância vai além da curiosidade científica: “O mamífero típico da época dos dinossauros provavelmente compartilhava muito mais características biológicas com um monotremado do que com um cavalo, um cachorro ou conosco”. Assim, o estudo reforça que esses animais extraordinários são peças-chave para compreender as origens dos mamíferos na Terra.
Fonte: CNN Brasil, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ – Evolução dos monotremados: ornitorrinco e equidna
1. O que a nova descoberta revelou sobre os ornitorrincos e equidnas?
A análise interna de um fóssil de mais de 100 milhões de anos revelou que ornitorrincos e equidnas compartilham um ancestral comum chamado Kryoryctes cadburyi, reforçando que esses animais têm uma origem evolutiva mais próxima do que se imaginava.
2. Por que ornitorrincos e equidnas são considerados mamíferos tão peculiares?
Eles são os únicos mamíferos que botam ovos, não possuem mamilos, produzem leite que é lambido diretamente da pele e não têm dentes. Além disso, possuem adaptações físicas únicas, como o bico de pato no ornitorrinco e as patas escavadoras da equidna.
3. Qual a importância do estudo para a ciência?
Segundo os pesquisadores, especialmente o professor Guillermo Rougier, esses animais oferecem uma “janela” para entender como eram os primeiros mamíferos da Terra, pois têm mais semelhanças com os mamíferos da era dos dinossauros do que os animais modernos como cães ou cavalos.
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