Todos os 29 animais foram diagnosticados com o metal no organismo
Projeto que monitora a trajetória de duas espécies de botos desde 2017 encontrou no organismo dos animais um alto índice de contaminação por mercúrio. Segundo o estudo publicado pela World Wide Fund for Nature (WWF), a mineração ilegal pode ser a causa principal da contaminação na região amazônica.
As espécies bufeo bolivariano e o boto cor-de-rosa, que circulam pelo território do Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador, foram monitoradas pela Iniciativa Botos da América do Sul (SARDI, na sigla em inglês), por meio de drones e satélites por dois anos. O monitoramento mostrou que os animais circulam principalmente pela bacia do rio Orinoco, na fronteira entre a Colômbia e Venezuela, local conhecido por ser arco de mineração ilegal.
O trabalho dos pesquisadores que envolvia a avaliação do estado de saúde dos botos, por meio de análise encontrou concentrações de mercúrio acima do recomendado no corpo de todos os 29 animais monitorados. O metal utilizado na mineração artesanal separa o ouro de outros resíduos, no entanto contamina a água, solo, plantas e a vida selvagem.
É fomentado pelo estudo, que no caso de animais menores, as espécies costumam ter altas concentrações de mercúrio na própria carne e quando viram comida predadores, esses animais carregam todo mercúrio com eles. Através desse processo é que o metal estaria se acumulando nos botos.
Com os resultados, a WWE alerta que se os animais estão sendo afetados, é certoque os seres humanos da região também, já que a fauna dos rios é um dos principais meios de alimentação das comunidades indígenas. Por exemplo, em dados expostos na última edição da revista Galileu, uma pesquisa realizada pela Fiocruz em 2016, 92% da população indígena Yanomami de aldeias de Roraima está contaminada pelo metal.
Fonte: Super Interessante., adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.