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Clínica e Nutrição

Fatores biológicos devem ser respeitados ao pensar em animais silvestres como pet

Manter ilegalmente um animal pode afetar negativamente o esforço pela preservação do meio ambiente
Por Equipe Cães&Gatos
macaco
Por Equipe Cães&Gatos

De fato, a internet e as redes sociais trouxeram para a sociedade inúmeros benefícios, sobretudo no que diz respeito à comunicação e facilidade de obter informações. Entretanto, numa realidade em que é possível compartilhar (quase) todo e qualquer tipo de conteúdo, se tornam comuns mídias – sejam vídeos, textos, fotos, etc. – que romantizam a interação humano-animal, incluindo o contato com animais silvestres. Nesse contexto, o teor apelativo e manipulado para chamar a atenção de visualizadores, que enxergam o animal como algo “fofo”, desprezando fatores biológicos e comportamentais, resulta no surgimento de uma maior demanda por espécies não domesticadas, na maioria das vezes ilegais de manter num ambiente doméstico, além de afetar negativamente o esforço pela preservação do meio ambiente e das espécies inseridas nele. 

Esses tipos de animais possuem hábitos e hierarquias impossíveis de serem recriadas em casas e apartamentos (independente do tamanho), os privando de expressarem comportamentos que fariam na natureza, representando uma grande perda do nível de bem-estar. Aliás, vale ressaltar que a presença humana é, na maioria das vezes, causadora de estresse, sendo imprescindível que qualquer manejo ou interação necessária seja feita por um profissional especializado e que seja feita o mínimo de vezes possível. Nesse cenário, primatas e felinos selvagens, utilizados previamente como exemplo, representam uma grande parcela dos vídeos, sendo preciso um maior nível de atenção e conscientização acerca de tais.

O comércio de silvestres possui outras inúmeras consequências, como a introdução de espécies exóticas no ecossistema brasileiro, representando um potencial risco para a conservação da fauna nativa, ainda mais quando se refere à competição por recursos, predação e sua reprodução descontrolada.

Acesse o artigo completo em nossa revista on-line.

Abaixo as referências bibliográficas:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5197.htm#:~:text=Art.,%2C%20destrui%C3%A7% C3%A3o%2C%20ca%C3%A7a%20ou%20apanha. 

SOLLUND, Ragnhild. Expressions of speciesism: The effects of keeping companion animals on animal abuse, animal trafficking and species decline. Crime, law and social change, v. 55, p. 437-451, 2011. 

AGUIAR, Amanda Morgerot. Comércio de animais silvestres em páginas da internet do Brasil. 2022. LAVORGNA, Anita. Wildlife trafficking in the Internet age. Crime Science, v. 3, n. 1, p. 1-12, 2014. 

MOLONEY, Georgia Kate et al. Is YouTube promoting the exotic pet trade? Analysis of the global public perception of popular YouTube videos featuring threatened exotic animals. Plos one, v. 16, n. 4, p. e0235451, 2021.