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Clínica e Nutrição

FELINOS SÃO MAIS SENSÍVEIS A DOENÇAS RENAIS DO QUE A ESPÉCIE CANINA

Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

O mês de março é lembrado pelos cuidados com um dos órgãos de nosso organismo: o rim e isso traz a importância de falar da saúde dos gatos, já que eles são mais sensíveis do que cães a sofrerem problemas renais, o que requer ainda mais cuidados preventivos. 

A explicação está na quantidade que os gatos possuem de nefrons, que são unidades funcionais dos rins. São eles que fazem com que os órgãos cumpram a função de filtrar o sangue. Os humanos têm mais de um milhão de nefrons. Os cães, aproximadamente 450 mil. Já os gatos possuem apenas 250 mil nefrons. “Isso significa que, em qualquer quadro de saúde que possa causar lesões nos rins dos gatos, o dano é muito maior”, afirma a médica-veterinária vice-presidente do Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinárias (CBNUV) e membro da American Society of Veterinary Nefrology and Urology, Karine Kleine. 

De acordo com o médico-veterinário membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Eduardo Pacheco, o fato de os gatos, por hábito, beberem menos água do que os cães também influencia para a maior propensão do surgimento de cálculos urinários e da Doença Renal Crônica (DRC). “A doença também pode ser provocada pelo envelhecimento e, ainda, por uso de medicamentos utilizados para outras doenças que o animal possa apresentar”, comenta Pacheco. 

Outra característica dos felinos que influência, conforme argumenta Karine, é a capacidade que os gatos possuem de concentrar urina, o que está relacionado aos seus ancestrais, que vieram do deserto. “Essa concentração de urina, somada à baixa ingestão de água, propiciam a formação de cálculos urinários e, consequentemente, pode levar à insuficiência renal”, explica. 

Doença silenciosa. O médico-veterinário Eduardo Pacheco comenta que, em casos de estágios mais iniciais da DRC, não costumam ser perceptíveis sinais do problema, o que acaba impedindo que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente. “A doença é reconhecida como silenciosa. Quando avança, os sinais são urinar em excesso e ingerir muita água”, aponta Pacheco. Dificuldade para urinar – que pode ser observada quando o animal se posicionar para liberar a urina, mas não consegue liberar o jato –, também pode ser um indicativo. 

Por todos esses fatores apresentados pelos gatos, é de fundamental importância levar os animais para consultas e exames de rotina, principalmente os idosos, que já começam a ficar com a saúde mais debilitada. Pacheco cita que fazem parte desse check-up o hemograma e funções hepática e renal. “Para o diagnóstico precoce, devem ser feitos também exames de urina, ultrassonografia abdominal e pressão arterial, essenciais para identificar a doença na fase inicial”, diz o médico-veterinário. 

Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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