
Cláudia Guimarães, da redação
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Choramingos, tremedeira, dificuldade de respirar e o desejo extremo de estar ao lado do tutor podem ser sinais leves do medo de barulhos que cães podem sofrer. Em estágios mais avançados, considerados como fobia, o animal pode apresentar vômito, diarreia, salivação e, inclusive, automutilação, além de destruir objetos e tentar escapar de casa quebrando vidro, passando por grades e se machucando. Os fogos de artifício, comumente utilizados durante os dias de jogos da Copa do Mundo, podem ser um fator gatilho para essas reações.
O medo dos artefatos não se dá apenas pelo barulho, como comenta a médica-veterinária especialista em comportamento animal, Daniela Ramos. “Eles constituem um estímulo complexo, pois, além do som, há o cheiro da pólvora, as luzes, a euforia das pessoas e tudo isso junto causa medo”, discorre. Os barulhos dos fogos e dos trovões, por exemplo, quando ultrapassam 85 decibéis, já são considerados prejudiciais ao ouvido humano, lembrando que as pessoas são menos sensíveis que os animais. Acima de 120 decibéis, altura que pode ser atingida pelos fogos, já é doloroso ao ser humano, de acordo com a especialista.

Em casos extremos de medo de fogos deartifício, cães precisam ser submetidos amedicação (Foto: reprodução)
Para o tratamento do medo e das fobias de barulho sofridas pelos cães, Daniela utiliza uma ”força-tarefa” que engloba várias medidas. “Essas precauções estão agrupadas em três pilares, um deles é o manejo do ambiente e aí entra o uso do feromônio sintético da Ceva Saúde Animal (Paulínia/SP), o Adaptil, para trazer senso de conforto ao cão no ambiente que pode ser a casa inteira ou uma parte específica da residência onde o cão fica mais confortável. Também recomendo fechar janelas e cortinas e aumentar o som que o cão já está acostumado a ouvir dentro de casa, como a televisão”, orienta.
Em casos extremos, a veterinária passa para o segundo pilar: o da medicação. “Alguns animais precisam ser medicados no dia do barulho ou antecipadamente pelo período todo de tratamento comportamental até o evento com fogos”, ensina e menciona o terceiro pilar: a modificação comportamental ou treinamento. “Nessa fase, ensinamos, em longo prazo, o cão a lidar com os barulhos. Fora dos dias de barulho, começamos uma rotina de treinamento de comandos e/ou brincadeiras, ambos envolvendo o uso de petiscos, orientadas por um profissional de comportamento animal, onde as sessões devem contar com esses sons de fundo, em um nível em que o animal perceba, mas que não fique com tanto medo. A atividade deve ser muito estruturada para ele se envolver e, assim, o cão vai se familiarizando e se dessensibilizando a esses barulhos que acabará escutando em situação real”, compartilha.
Controlando os nervos. Vale lembrar, então, que a Copa do Mundo, marcada pela competição entre as melhores seleções mundiais e a comemoração dos telespectadores, pode se tornar um problema para os cães e, portanto, os tutores devem estar em alerta. “Sons altos, como o estrondo dos artefatos, são extremamente incômodos e ameaçadores, podendo causar, até mesmo, pânico no animal”, explica a médica-veterinária e gerente de Produtos da Unidade Pet da Ceva, Priscila Brabec.
Para auxiliar os cães que têm medo de fogos de artifício, os tutores podem apostar no uso do Adaptil Difusor no ambiente, como indicado, também, pela especialista em comportamento animal, Daniela. “Durante a amamentação, as cadelas produzem um odor específico (odor materno canino) que faz com que os cães se sintam seguros e protegidos. O produto é o análogo sintético desse odor e, quando presente no ambiente, proporciona a sensação de conforto, segurança e bem-estar aos cães em situações desafiadoras”, conta Priscila que ainda insere que o produto é espécie-específico, ou seja, somente os cães conseguem detectar no ambiente, não sedativo e sem efeito em pessoas ou animais de outras espécies.

Para auxiliar os cães que têm medo de fogos de artifício, os tutores podemapostar no uso do Adaptil Difusor no ambiente (Foto: divulgação)
Comprovações científicas. Priscila menciona um estudo, realizado com 30 cães de raças e idades variadas que demostravam sinais de fobia a fogos de artifício e ruídos altos, que mostrou uma melhora significativa dos sinais de fobia previamente apresentados com a utilização do produto. Na avaliação dos tutores, 74% afirmaram ter observado melhora no comportamento do cão com a presença de Adaptil no ambiente.
Daniela Ramos também menciona que existem outros estudos sobre o uso do produto em variadas situações. “Uma das pesquisas com cães com medo de chuva, realizada na Inglaterra, da qual eu mesma participei, mostrou que o Adaptil, em conjunto com manejo ambiental e com o programa de treinamento de dessensibilização aos barulho dos fogos, é muito valioso. Mas precisamos começar com antecedência. Por isso, para preparar os cães até a Copa do Mundo, os tutores devem começar o tratamento agora, pois, na semana de estreia do evento, para os casos mais graves, certamente será necessário intervir com medicação, que pode ser dispensada se o tutor pensar nisso antes”, frisa.
A especialista também aponta que o Brasil é um País onde as pessoas soltam fogos de maneira indiscriminada, porque são baratos. “Na Europa, por exemplo, é mais caro, as pessoas usam com critério, se preocupam, não só com os animais, mas com crianças e pessoas que sofrem com esses sons. Aqui, muitos cães ao invés de se acostumarem, acabam se traumatizando desde cedo. Também pode ocorrer de animais que nunca tiveram medo, desenvolverem a fobia mesmo tardiamente, já adultos ou idosos”, pontua.
Por isso, os proprietários podem apostar no Adaptil, como indica a gerente de Produtos Pet da Ceva. O produto possui três apresentações: Kit Inicial com difusor e refil, refil e spray. O refil deve ser encaixado no difusor e plugado na tomada. A dissipação no ambiente é automática e cada refil tem a duração de 30 dias. É importante manter o difusor plugado na tomada 24 horas por dia sem retirá-lo até o final do refil (30 dias). “O spray é indicado, principalmente, para cães que têm medo no transporte, ele deve ser borrifado na caixa de transporte e/ou carro 15 minutos antes de colocar o cão”, recomenda Priscila.
Priscila Brabec é médica-veterinária e gerente de Produtos da Unidade Pet da Ceva e salienta os atributos do produto da empresa (Foto: divulgação)
Daniela Ramos é médica-veterinária especialista em comportamento animal e dá dicas de como tratar o medo dos cães (Foto: divulgação)