Profissional mostra como lidar com os comportamentos do animal nesta situação
Por Rita de Cassia, adestradora e franqueada da Cão Cidadão
Assim como em humanos, os gatos também podem ter gravidez psicológica. E o termo mais utilizado pelos veterinários para esse caso é pseudociese. Porém, em humanos, a gravidez psicológica provém de questões psicológicas ou comportamentais, o que muda quando estamos falando em gatos, uma vez que esses casos são de âmbito hormonal.
Normalmente, dois meses após o cio, as gatas ovulam e produzem um cisto chamado corpo lúteo. Se não acasalam nessa época, esse cisto costuma desaparecer. No entanto, caso não desapareça, começa a ser gerado o ciclo de gravidez, o que aumenta a progesterona, que vai acabar enganando o corpo do animal e, consequentemente, fará ele não distinguir a gravidez normal da psicológica.
Esses casos em felinos são mais escassos, mas acontecem e podem gerar sintomas de gravidez sem que a gata esteja realmente grávida. Dessa forma, alguns desses sintomas que poderão aparecer após o cio são: sensibilidade e carinho, pois a gata pode ficar mais amorosa, que também poderá se mostrar irritada ou insegura, ficar cansada e dormir mais, fazer ninho com panos, toalhas e roupas e adotar objetos ou outros animais da casa como filhotes.
A barriga pode aumentar de volume, assim como o peso do animal e como as mamas, que aumentarão e produzirão leite. O pet também pode ter alterações alimentares e de apetite, além de vômitos. É importante frisar que esses sintomas são diferentes em cada animal, com intensidades distintas. Devemos sempre estar atentos a eles, pois se não notarmos a presença da pseudociese e a gata produzir leite, pode ser que as mamas endureçam e tenham problemas, como a mastite ou, até mesmo, infecção no útero, chamada de piometra.
Dessa forma, assim que forem notados alguns desses sintomas, será necessário levar a gata ao médico-veterinário, que identificará esse evento e seu grau de intensidade e determinará todos os cuidados necessários, bem como se precisará utilizar medicamentos. Nos casos mais leves, o tratamento poderá ser baseado em remédios homeopáticos, porém, nos mais graves, será necessária a administração de medicação (lembrando que só o veterinário poderá distinguir o melhor tipo de tratamento para cada animal).
Não faça! Não devemos massagear as mamas da gata para evitar que petrifique o leite, porque isso pode estimular a produção dele. O ideal é o veterinário indicar medicamentos que cessem essa produção. Apesar de ser um problema comum, não é aconselhável deixar o animal passar por isso diversas vezes em sua vida, pois é um processo estressante e que pode acarretar algumas doenças.
Para evitar a pseudociese, que é um distúrbio hormonal, e o risco de cistos e tumores nos seios, o tratamento mais recomendado é a castração, pois, com ela, os instintos maternais e a progesterona serão inibidos no organismo do animal.
Como a gata pensa que, realmente, está grávida, o recomendado é o tutor dar amor e afeto e ter paciência, pois esse é um momento importante para ela. Além disso, é preciso continuar com a rotina normal da casa: horário de alimentação e brincadeiras. Essa atitude é imprescindível, porém, se a gata se recusar a fazer alguma dessas coisas, respeite-a.
Devemos deixá-la sempre em local tranquilo e fazê-la se sentir querida e confortável no seu ambiente. Respeitar suas alterações de humor, sem achar que a gata não gosta mais do tutor, pois, na verdade, é somente uma simples alteração hormonal.
Um dos cuidados também é verificar se haverá necessidade de mudança em sua alimentação junto ao veterinário, pois com a perda de apetite e vômitos pode ser que a gata fique com falta de proteínas e nutrientes. Durante esse período é essencial observar quaisquer outras mudanças comportamentais ou físicas e sempre as reportar ao clínico para o acompanhamento até o fim desse ciclo, para que não falte nenhum cuidado necessário a ela.
Fonte: Cão Cidadão para a Cães&Gatos VET FOOD.