O diabetes melittus também pode se manifestar em cães e gatos. Assim como acontece nos seres humanos, o organismo para de produzir insulina ou produz o hormônio em quantidade insuficiente para as necessidades diárias. Com isso, a glicose não penetra nas células e fica acumulada no sangue. Assim que o diagnóstico é feito, tanto os cães, como os gatos podem necessitar de terapia com insulina, a fim de controlar a doença.
Com o objetivo de orientar a população a respeito da importância da prevenção ao diabetes mellitus, o Hospital Veterinário FMU, do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), realizará uma campanha entre os dias 24 e 31 de março. Os animais receberão uma avaliação gratuita. É importante ressaltar que o acesso à unidade será controlado para evitar aglomeração e cada animal deverá estar acompanhado por apenas uma pessoa. O uso de máscara é obrigatório, bem como será feita aferição de temperatura e higienização das mãos na entrada do local.
Sobre a doença. Sem tratamento, o diabetes melittus pode causar cegueira, demora na cicatrização de machucados e, em casos mais graves, afetar órgãos vitais, como rins e coração. A médica-veterinária que atua na área de endocrinologia e docente do Centro Universitário FMU, Raquel Almeida, profissional, integrante da rede internacional de Universidades Laureate, descreve os sintomas em que o tutor deve estar atento para garantir a qualidade de vida de seu animal.
Em cães e gatos o aumento do volume de urina (poliúria), o aumento da ingestão de água (polidipsia), aumento do apetite (polifagia) e a perda de peso são as manifestações clinicas mais evidentes. “Os cães podem desenvolver a diabetes tipo 1 (quando o organismo não produz a insulina), porém, doenças hormonais como a produção excessiva de cortisona (Síndrome de Cushing), a progesterona produzida principalmente na fase pós-cio nas femêas, medicações (principalmente aquelas que tem como base a cortisona) são fatores de risco para o desenvolvimento da doença”, explica.
Os felinos desenvolvem, na maior parte das vezes, a diabetes tipo 2. “Ou seja, ele produz insulina, porém, sua ação está defeituosa, principalmente em decorrência da obesidade e de endocrinopatias como o hipertireoidismo. Falta de apetite, vômito e a prostração são sintomas de alerta em que o tutor deve estar atendo. Nestes casos, é preciso levar o pet imediatamente ao pronto atendimento, pois podem ser indícios de uma descompensação da doença, que necessita de terapia emergencial. Outro sintoma que requer atendimento imediato são os episódios convulsivos, que podem ser sinais de hipoglicemia (glicemia baixa)”, destaca.
Alimentação. A rotina alimentar de cães diabéticos deve ser rica em fibras, com uma proteína de alto valor biológico e carboidratos complexos. “Atualmente, existem rações terapêuticas específicas para esses pacientes. Já os gatos necessitam de um alimento com valor proteico elevado e com baixos níveis de carboidratos, sendo os alimentos úmidos os melhores tipos a serem administrados pelo tutor”, orienta a veterinária.
De acordo com ela, os pacientes diabéticos devem ser monitorados semanalmente até o tutor adquirir segurança sobre o tratamento que será instituído. Após a definição, o acompanhamento pode ser realizado pelo menos duas vezes ao ano com um médico veterinário endocrinologista para controle não só da glicemia, mas de eventuais doenças que podem estar associadas ao diabetes. “Os felinos devem ser acompanhados com o dobro da frequência”, frisa.
Glicemia. Não é necessário mensurar diariamente a glicemia do pet, como comenta a profissional. “A melhor maneira de avaliar o controle da diabetes é observar os sintomas clínicos iniciais. No início do tratamento, o indicado é que o acompanhamento seja realizado pelo médico veterinário especialista. Caso seja necessário, o veterinário irá orientar o tutor sobre como fazer o teste em casa e em qual frequência”, declara.
Segundo Raquel, em cães, a propensão é maior para desenvolver a doenças em raças como Beagle, Labrador, Poodle e Golden Retriever. Em gatos, a doença é mais comum na linhagem do Sagrado da Brimânia. O gênero também interfere na propensão ao diabetes. As cadelas são mais predispostas, em decorrência, principalmente, da progesterona. Já no caso dos felinos, os machos são os mais predispostos, pois, como grande parte do gênero é castrado, há uma tendência ao desenvolvimento de obesidade, caso não haja controle da quantidade de alimento ofertado. Vale ressaltar que animais sem raça definida também podem desenvolver a diabetes.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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