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IMUNIZAÇÃO CONTRA LEISHMANIOSE É ESSENCIAL EM CÃES DE ÁREAS ENDÊMICAS

IMUNIZAÇÃO CONTRA LEISHMANIOSE É ESSENCIAL EM CÃES DE ÁREAS ENDÊMICAS. Diretrizes da WSAVA ainda defendem uso de coleira repelente como medida de prevenção da doença
Por Equipe Cães&Gatos
REPRODUÇÃO
Por Equipe Cães&Gatos

Diretrizes da WSAVA ainda defendem uso de coleira repelente como medida de prevenção da doença

Cláudia Guimarães, em casa

claudia@ciasullieditores.com.br

Muitos tutores podem até já ter ouvido falar de leishmaniose visceral canina (LVC) e cuidar para que seus animais não sejam acometidos. Mas será que há conhecimento amplo sobre o tema, capaz de prevenir, realmente, essa infecção? E os veterinários, estão por dentro de todas as diretrizes de prevenção e controle dessa doença de caráter zoonótico? Neste Dia Nacional de Combate à LVC, abordamos as áreas endêmicas, importância da imunização e opções seguras disponíveis no mercado brasileiro.

A Associação Mundial de Veterinários de Animais de Companhia (WSAVA) divulgou, em março deste ano, um material com recomendações sobre vacinação de pequenos animais da América Latina. Essas normas foram analisadas e escritas pelo Grupo de Diretrizes de Vacinação (VGG), criado em 2004, com a missão de fornecer conselhos, baseados em evidências científicas​, a médicos-veterinários de pequenos animais globalmente, sobre as melhores práticas para a vacinação de cães e gatos.

No documento do VGG, consta que a LVC, na América Latina, encontra-se presente desde o México até a Argentina. “O número de cães infectados na América Latina é estimado em milhões e há altas taxas de infecção, principalmente no Brasil”, conforme explica a co-presidente do Comitê Científico e membro do VGG-WSAVA, Mary Marcondes. Ela ainda lembra que a maioria dos estudos epidemiológicos é realizada com sorologia, mas a aplicação da PCR em áreas endêmicas confirmou que a prevalência de infecção em cães é muito maior que a soroprevalência. “A soroprevalência de LVC em áreas endêmicas do Brasil varia de 3,1 a 36,0%”, adiciona.

Dupla proteção, com vacina e repelente, é indicada, também,para cães que moram em uma região considerada não endêmica,mas que viajam para localidades endêmicas (Foto: reprodução)

Mary defende que a leishmaniose visceral em cães, causada por Leishmania infantum, é uma das doenças zoonóticas mais significativas na América Latina e sua distribuição geográfica está se expandindo na região. “Embora as vacinas possam prevenir a infecção ativa e o risco de desenvolvimento de doença clínica, alguns cães vacinados podem ser progressivamente infectados e transmitir o parasita aos vetores, mesmo na ausência de sinais clínicos”, destaca.

Portanto, para animais que vivem em áreas endêmicas, do ponto de vista epidemiológico, é essencial a utilização de inseticidas, especialmente sob a forma de coleiras, para evitar picadas. A vacina é uma ferramenta a mais para animais que já fazem uso de inseticidas. “Sempre que possível, as duas medidas devem ser combinadas, a fim de proporcionar um alto nível de proteção, não apenas para cães, mas, também, para outros animais e pessoas que compartilham o mesmo ambiente”, explana.

As vacinas contra a doença, de acordo com Mary, são utilizadas como uma forma de proteção individual, enquanto o uso de coleiras impregnadas com inseticidas são, além de uma medida de proteção individual, uma ferramenta para o controle da doença em uma população, desde que a grande maioria dos animais faça uso das coleiras.

Como menciona a médica-veterinária e gerente de Produtos Globais da área pet da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec, a Ceva abraça esse conceito de dupla defesa para proteção dos cães: “Externamente, indicamos uso de repelente contra o vetor transmissor da LV (na linha, temos o Vectra 3D, por exemplo) e, internamente, de vacina para estímulo do sistema imune do animal contra o patógeno (Leish-Tec)”, comenta.

Sobre as localidades com maior risco de infecção no Brasil, ela lembra que casos de transmissão da leishmaniose visceral canina no próprio local que o animal vive (autóctones) já foram identificados em 25 das 27 unidades federativas. “Isso significa dizer que o País, praticamente como um todo, é considerado endêmico para a enfermidade. Quanto à orientação de imunização, a WSAVA incluiu a vacinação contra leishmaniose visceral canina, como uma vacina ‘não essencial’, ou seja, aquela considerada indicada somente para animais cuja localização geográfica ou estilo de vida os coloca em risco de infecções específicas. Portanto, deve-se vacinar animais que vivem ou frequentam regiões de risco contra a LV”, explica.

Filhotes devem receber doses com 3 semanas de intervalo e umreforço anual, a partir dos 4 meses de idade. Cães adultos que nuncaforam vacinados recebem o mesmo protocolo (Foto: reprodução)

Para Priscila, é importante ressaltar que é preciso conhecer o estilo de vida do cão, pois ele pode morar em uma região considerada não endêmica, mas viajar nos finais de semana ou nas férias com seu tutor para regiões endêmicas, situações nas quais se recomenda a dupla proteção (vacina e repelente). “Lembrando que, para a proteção contra a LVC, é sempre importante o uso de um produto repelente nos cães, mesmo em animais vacinados (conceito de dupla defesa), conforme consta nas diretrizes do WSAVA e recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) do Brasil”, reforça.

Informação aos tutores. A gerente de Produtos da Ceva considera a explicação sobre a gravidade dessa doença para os tutores algo de extrema importância para o entendimento da necessidade de prevenção no cão. “Explicar que se trata de uma zoonose, sem cura parasitológica e que pode causar uma série de complicações ao pet ajudará na conscientização da importância da prevenção com a vacinação a partir do 4º mês de idade, associada ao uso de produtos repelentes no animal”, argumenta.

Mary aponta o protocolo de vacinação, que também deve ser explicado aos tutores: “Para filhotes, são três doses com 3 semanas de intervalo e um reforço anual. A vacina A2 pode ser utilizada em cães a partir dos 4 meses de idade. Cães adultos que nunca foram vacinados recebem o mesmo protocolo”, menciona mas lembra: “As vacinas contra a LVC não impedem que o cão seja infectado, mas podem impedir o desenvolvimento de sintomas, portanto, devem ser consideradas apenas para cães que vivem ou irão para áreas endêmicas, onde correm o risco de serem infectados”.

Como alerta, Priscila Brabec defende que a prevenção é a maior arma contra os avanços da zoonose. “Para isso, é imprescindível, além de proteger os cães com a vacinação e da utilização de repelente, investir em medidas de sanidade, como evitar o acúmulo de lixo e restos orgânicos em locais abertos, pois isso cria o ambiente ideal para a proliferação do mosquito-palha, que é o vetor da doença”, salienta.

A porta-voz da Ceva encerra destacando a importância da prevenção da LVC, que deve ser pensada o ano todo e não apenas no mês de combate à doença: “É uma importante zoonose, sem cura parasitológica e que tem o cão como principal reservatório no meio urbano, por isso a prevenção é tão essencial”.

A Leish-Tec possui proteção individual de até 92 a 96% e é indicada para cães a partir de quatro meses de idade (Foto: divulgação)

Vacina da Ceva existe há 10 anos no mercado brasileiro (Foto: divulgação)

Além da vacina, é indicado o uso de repelente contra o vetor transmissor da LV. A Ceva possui o Vectra 3D (Foto: divulgação)