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Clínica e Nutrição

Incontinência urinária nos pets: como identificar e tratar?

Nos cães, doença é mais comum em fêmeas e seu tratamento pode incluir o uso de medicações e até cirurgia, dependendo da causa
Por Danielle Assis
Incontinência urinária nos pets: como identificar e tratar?
Por Danielle Assis

A incontinência urinária é a incapacidade dos animais em controlar a micção, resultando em perdas involuntárias de urina. Isso é o que explica a médica-veterinária especialista em nefrologia, urologia e geriatria de cães e gatos, Camila Ladim Braga. 

Segundo a doutora, a doença acomete mais cães, especialmente as fêmeas, do que gatos, mas também pode ser vista nos machos. “Ela ocorre por diversos fatores, como problemas musculares, neurológicos, hormonais e anatômicos, que afetam a bexiga ou o trato urinário”, explica. 

Em casa, os tutores costumam perceber manchas de urina na cama ou no chão, odor de urina, aumento da frequência de micção ou dificuldade em urinar (Foto: reprodução)

De acordo com Camila, algumas das causas da incontinência podem surgir de maneira isolada ou em conjunto com outras afecções. “Dentre os principais motivos estão: hipertrofia do colo da bexiga, doenças hormonais (como hipotireoidismo), má formação congênita, infecções do trato urinário, traumas ou após cirurgias”. 

A profissional ainda complementa que fatores emocionais, como estresse ou ansiedade, também podem contribuir para a doença, especialmente nos casos de pets com comportamentos destrutivos ou após mudanças no ambiente.

Além disso, mesmo que a incontinência urinária possa se desenvolver em animais de qualquer raça, os cachorros de raças como Cocker Spaniel e Doberman são os mais predispostos. Já com relação a idade, é mais frequente em pets idosos, embora possa surgir em qualquer idade.

Sintomas e diagnóstico 

Não é difícil de notar que um animal possa ter incontinência urinária. Braga esclarece que, em casa, os tutores costumam perceber manchas de urina na cama ou no chão, odor de urina, aumento da frequência de micção ou dificuldade em urinar. “Também podem observar o animal lambendo excessivamente a área genital”.

Já o diagnóstico é realizado a partir de um conjunto de informações. “Para isso, combinamos o histórico clínico do pet com exame físico e exames de sangue, urina e imagem. Assim conseguimos avaliar a bexiga e o trato urinário completo”, comenta a médica-veterinária.

Outro ponto importante relacionado ao diagnóstico da doença é a identificação do tipo de micção que o animal apresenta. Nesse caso deve-se avaliar se é contínua ou não, o período do dia em que ocorre e se há consciência do animal durante a micção. Esses dados são relevantes para entender o que está acontecendo e elaborar um plano de tratamento adequado (HONDA, 2021). 

Tratando a incontinência urinária 

O tratamento da incontinência urinária irá depender do que está causando esse problema. “Normalmente, para tratar a doença podemos utilizar medicamentos, como os hormonais e antidepressivos, e até realizar cirurgias nos casos mais graves e nos que estão relacionados a alterações anatômicas. No entanto, vale destacar que cada caso é único”, esclarece Camila.

Para chegar ao diagnóstico, o veterinário combina o histórico clínico do pet com exame físico e exames de sangue, urina e imagem (Foto: reprodução)

Além disso, a terapia medicamentosa para a incontinência tem como intuito reduzir a retenção urinária ou controlar a micção, induzindo a força de contração da bexiga e do esfíncter uretral, que é o responsável por evitar a saída espontânea da urina (GIOVANINNI; CARAGELASCO, 2015). 

Por outro lado, se a doença estiver relacionada a fatores como estresse e ansiedade, é necessário realizar mudanças ambientais e executar um trabalho psicológico com os cães e gatos. “O manejo inclui criar um ambiente calmo e estável, fazer reforços positivos para comportamentos desejados, e, se necessário, consultar um especialista em comportamento animal. Técnicas de relaxamento e enriquecimento ambiental também podem ajudar”, finaliza a profissional. 

REFERÊNCIAS 

GIOVANINNI, Luciano; CARAGELASCO, Douglas. Incontinência Urinária. In: JERICÓ, Márcia Marques; KOGIKA, Márcia Mery; DE ANDRADE NETO, João Pedro. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Grupo Gen-Guanabara Koogan, ED. 1, P. 4541 a 4560, 2015.

HONDA, Claudia Natsuki. CAUSAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM CÃES E GATOS: revisão de literatura e relato de caso de Cistite Idiopática Felina. CENTRO UNIVERSITÁRIO DO SUL DE MINAS – UNIS / MG, 2021. 

FAQ

A incontinência urinária tem cura?
A cura ou não da incontinência urinária nos animais depende da sua causa. Quando ela acontece por alterações hormonais e anatômicas, frequentemente, existem opções de tratamento com melhores respostas. Porém, no caso das condições neurológicas pode ser mais difícil de alcançar a cura.

Existem maneiras de prevenir a incontinência urinária?
A prevenção da incontinência urinária pode ser feita através de visitas frequentes ao consultório veterinário para acompanhamento e realização de exames. Também é interessante manter o animal com um peso saudável, realizar o controle de infecções do trato urinário e prestar atenção em mudanças comportamentais, que possam indicar estresse nos pets.

A castração pode levar a incontinência urinária nas cadelas fêmeas?
Sim, após a cirurgia de castração algumas cadelas fêmeas podem desenvolver incontinência urinária. Muitos são os motivos para isso, como diminuição da pressão de fechamento uretral ou da contratilidade da musculatura da bexiga e alterações hormonais. Todavia, é importante ressaltar que nem todas as fêmeas desenvolvem essas alterações depois do procedimento.

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