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INFORMAÇÃO É A PALAVRA-CHAVE PARA SE PREVENIR DE PROCESSOS ÉTICOS

INFORMAÇÃO É A PALAVRA-CHAVE PARA SE PREVENIR DE PROCESSOS ÉTICOS Apesar de indesejados, alguns veterinários podem vivenciar durante a carreira
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Apesar de indesejados, alguns veterinários podem vivenciar durante a carreira

Em meio a dezenas de atendimentos diários, os médicos-veterinários precisam se dedicar ao máximo para fazer o seu melhor em cada um e, ainda, passar toda a confiança ao tutor, seu cliente. A preocupação em esclarecer todas as informações com precisão e realizar um atendimento “perfeito” é importante para que não se cometa nenhuma falha que possa levar à uma denúncia ética. 

Segundo dados do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV/SP), entre os anos de 2015 e 2017, os casos que mais geraram denúncias éticas foram referentes a atendimento clínico insatisfatório (39%); procedimentos cirúrgicos (13%); castração (8%); maus-tratos (5%); conivência com o exercício ilegal da profissão (4%); condições sanitárias (4%); conflitos de relacionamento entre colegas (3%); uso indevido de medicamento (2%) e uso de medicamento vencido (2%). 

Uma frase a mais foi o que levou o médico-veterinário, especializado em Patologia, Guilherme Durante Cruz, a sofrer uma denúncia. À época, ele tinha um laboratório em São Paulo (SP), onde realizava exames de necropsia e biopsia. Outro médico-veterinário lhe encaminhou um corpo de um cão que havia sido eutanasiado por conta de um câncer nos ossos que lhe estava causando muito sofrimento. A tutora desse cão ligou para Cruz, dizendo que desconfiava que não havia sido realizada a eutanásia e o animal havia falecido de alguma outra forma, que, talvez, o tivesse feito sofrer. 

Em um laudo de necropsia, normalmente, coloca-se a descrição de todas as lesões dos órgãos e, no final, a causa mortis. “Porém, por conta da pressão que a tutora fez, eu acrescentei no final do laudo, apenas como observação, a frase: ‘não observei sinais de eutanásia química na necropsia’. Em um laudo de necropsia, não é recomendável colocar o que não se vê. Isso foi o bastante para ela processar o profissional que atendia seu cão.  E então, ele me denunciou, a fim de que tudo fosse esclarecido”, conta Cruz. 

Cruz cita que o maior peso de sofrer uma denúncia ética é o abalo psicológico, pois o desenrolar do processo é demorado, o que só aumenta o estresse. “Por outro lado, significa aprendizado e crescimento na maturidade profissional. Reconhecer o erro é importante. No meu caso, reconheço que poderia ter redigido um laudo mais preciso e objetivo”, ressalta. 

Continue lendo outros relatos na editoria Zoom da edição nº 236 da C&G VF. Acesse aqui

Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.