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INFORMAÇÕES SEGURAS E VACINAÇÃO SÃO BOAS ALIADAS NO COMBATE À RAIVA

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Ela é uma das doenças de maior relevância internacional, pois trata-se de uma zoonose fatal que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem. Já sabe de que estamos falando? Hoje, Dia Mundial Contra a Raiva, relembramos as principais informações que a literatura, casos clínicos e os médicos-veterinários têm a nos oferecer.

A enfermidade, segundo a veterinária e pesquisadora científica do Instituto Pasteur de São Paulo, Helena Beatriz de Carvalho Ruthner Batista, tem distribuição mundial e ainda causa a morte de, aproximadamente, 60 mil pessoas por ano, principalmente na Ásia e na África. “Esta doença é causada por um vírus (Rabieslyssavirus) e sua principal forma de transmissão é por meio da mordida de animais infectados”, explica.

Após atingir o Sistema Nervoso Central, os sinais clínicos manifestados são neurológicos e podem ser muito variáveis. “Pode ocorrer desde paralisia, hipersensibilidade e alteração de comportamento até a morte súbita do animal. A Raiva, em animais, não tem tratamento, nem cura, por isso, a prevenção com a vacinação é a melhor forma de evitar o contágio do pet”, frisa.

Comportamento antivacina. No entanto, a profissional lembra que, atualmente, existe uma crítica da população em relação à vacina, o que acaba fomentando diversos boatos, fake news e, inclusive, prejuízos aos animais, já que alguns tutores preferem não vaciná-los. “Esse movimento deve ser fortemente desestimulado, pois a imunização é uma forma fundamental de evitar surtos ou até epidemias de diversas doenças. O conceito de Saúde Única engloba, justamente, a interação entre seres humanos, animais e o ambiente, considerando a saúde como um todo”, pontua.

Os humanos, na visão de Helena, são responsáveis pela saúde de seus animais e, por conta disso, devem buscar conhecimento sobre a melhor forma de tratá-los e de evitar doenças. “A vacinação é uma das maneiras mais adequadas de prevenção de diversas doenças infecto contagiosas. A não aplicação de vacinas, conforme recomendado pelas autoridades sanitárias, pode acarretar a volta de doenças erradicadas ou retardar o controle de doenças ainda endêmicas, podendo ocasionar consequências desastrosas para saúde humana e/ou animal”, indica.

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A prevenção com a vacinação é a melhor forma deevitar o contágio do pet (Foto: reprodução)

Telefone sem fio. Um dos motivos dos tutores não submeterem os animais à vacina é o temor pelas reações que a mesma pode causar. No entanto, Helena revela que todo o processo de desenvolvimento e produção das vacinas passa por um criterioso procedimento. “Sendo assim, para chegar ao mercado, uma vacina já deve ter sido testada, tanto quanto a sua eficácia, para proteger contra a doença, como, também, em relação aos possíveis efeitos adversos que possam ocorrer. Com certeza, os benefícios da vacina contra a Raiva são maiores que as reações adversas que, eventualmente, podem ocorrer”, pondera.

Mas, na verdade, o que pode acarretar esses efeitos não é a vacina em si, como expõe o veterinário especializado em infectologia e diretor da Clínica Veterinária Tabanez (Brasília/DF), Paulo Tabanez: “Podem ocorrer por contaminações e impurezas, entre outras situações. Também vale lembrar que a dose de vacina não é empregada com relação ao peso corporal do animal, como algumas pessoas imaginam. Ela está relacionada ao número de partículas antigênicas (massa antigênica) necessário para imprimir resposta imunitária no indivíduo.

Essas reações podem englobar, de acordo com Tabanez, dor local, febre, prostração, alopecia local, prurido, angioedema ou mesmo reações anafiláticas, que podem culminar com a morte do animal. “Estes eventos são raros ou incomuns”, adiciona.

Proteção na medida certa. Alguns cuidados devem ser tomados para minimizar a possibilidade desses efeitos adversos, como conta o veterinário e diretor Clínico do Santo Agostinho Hospital Veterinário (Belo Horizonte/MG), Vitor Márcio Ribeiro. “É desejável a presença de um médico-veterinário durante uma campanha de vacinação pública ou vacinação privada individual. Além disso, os animais devem ser avaliados antes de serem vacinados, pois não devem ser vacinados pets doentes, com sinais de verminose ou subnutridos. Esses não terão condições de responder ao estimulo vacinal e, ainda, poderão estar mais propensos a efeitos colaterais”, informa.

As precauções não param por aí! Ribeiro menciona que os produtos a serem utilizados, independente do laboratório fabricante, devem ser manipulados e conservados conforme sua recomendação. “De maneira geral, devem ser cumpridas as seguintes normas: conservação em suas embalagens originais; mantidos em temperatura entre 2° e 8°, mesmo durante a atividade de sua aplicação; a vacina não deve ser congelada nem exposta à luz solar; é preciso respeitar a data de validade para sua utilização. Muitos problemas podem surgir pelo não cumprimento dessas normas essenciais”, atesta.

Outra causa de contratempos relacionados às vacinas pode estar associada à forma de aplicação, segundo o profissional. “Pessoas não habilitadas podem provocar lesões ou danos aos animais durante a aplicação ou contenção. Por isso, os pets devem ser vacinados em local apropriado, em posição segura, que previna movimentos bruscos, e por pessoas preparadas”, destaca.

Data limite. A Organização Mundial da Saúde (OMS, Suíça), atualmente, vem realizando uma campanha mundial para eliminação da Raiva humana transmitida por cães até 2030. A meta foi traçada em 2015, durante a Conferência Mundial sobre “Eliminação global da Raiva humana transmitida por cães: o momento é agora”, em Genebra, na Suíça. “Neste sentido, o Brasil tem avançado, de forma significativa, no controle da doença, estando em decréscimo o número de casos em cães e em humanos transmitida por cães”, avalia Helena.

A educação em saúde, para a pesquisadora, é uma das formas mais eficazes de auxiliar no controle de doenças. “Sendo assim, minha dica para os demais colegas veterinários é conversar, de forma informativa, com os tutores de animais de companhia para que haja um entendimento sobre os benefícios da vacina”, finaliza.

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