Segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), a atual população pet em nosso País é de, aproximadamente, 144,3 milhões de animais, dos quais 55,9 milhões são cães. O IPB divulgou, ainda, o balanço de 2022, com base no desempenho do mercado pet brasileiro até 31 de dezembro, apontando que o faturamento do setor cresceu 16,4% em 2022, chegando aos R$ 60,2 bilhões.
Apesar de estar em constante contato com os pets, a maioria dos tutores ainda insiste em utilizar referências humanas para tentar compreender os cães e definir o comportamento que gostariam que apresentassem. Não percebem que eles pertencem a uma outra espécie e, portanto, possuem sua própria maneira de interpretar o mundo e reagir.
Pensando nisso, o escritor Gelson Leite lançou, com publicação da Editora Dialética, o livro “Cães, só amor não basta”. Na obra, é possível entender que os cães não devem ser vistos como “crianças humanas” ou como soluções para conflitos emocionais, o que pode conduzi-los à perda de identidade e, consequentemente, ao desequilíbrio emocional – razão do surgimento de comportamentos que os próprios tutores classificam como “inexplicáveis”.
“Quando nos preocupamos em estudar os cães, naturalmente mudamos de atitudes, isso porque começamos a enxergar quem eles são e não quem gostaríamos que eles fossem. Nesse momento, descobrimos que não há como padronizar o seu comportamento com base nos valores humanos e muito menos em como nos comportamos, isso porque os cães possuem sua própria maneira de enxergar e interpretar o mundo e reagir”, comenta.
“Alguém conhece ou ouviu falar de um humano, que, ao ser deixado sozinho, urinou pela casa toda, começou a gritar e destruiu o controle remoto da TV a mordidas? Enfim, não se pode negar, tentar impedir ou transformar o que eles são. Conviver com cães significa adaptar-se à sua natureza, assim como eles se adaptaram à natureza humana. Ir na contramão dessa essência é tentar impedir que eles respondam à sua herança genética. Para educá-los é preciso que os tutores se transformem em seus guias, em referências positivas de como devem reagir aos inúmeros desafios da sociedade humana”, complementa.
Trecho do livro:
“Quando comecei a criar meu livro, pensei, “Vou ensinar aos tutores como corrigir comportamentos indesejados de seus cães”, algo como “faça assim, e pronto”. E foi aí que me vi diante da realidade da palavra “corrigir”, que significa dar a forma correta, consertar, refazer de modo a retirar os erros, o que me fez abandonar imediatamente a ideia de apenas “robotizar” tutores, ou seja, de ensiná-los a corrigir os maus comportamentos de seus cães, sem saber o que os originou. Afinal, quando conhecemos o porquê de um problema, mais do que saber como corrigi-lo, ou depender de alguém para isso, nos tornamos também capazes de preveni-lo, até que a ação de corrigir não seja mais necessária.
“Com base nisso, espero, sinceramente, que, contribuindo para que mais e mais tutores descubram seus cães, a relação entre o homem e o cão, um dia, transforme o nosso país em uma referência. Somente assim, será possível impedir que a tão falada, mas pouco praticada posse responsável, continue se mostrando absolutamente eficiente na multiplicação de cães abandonados”.
“O estado civil do tutor exerce forte influência na sua escolha pelo animal de estimação. Apesar dos cães serem mais dependentes de cuidados e atenção dos seus tutores, são os preferidos pelos solteiros em 73% dos casos, contrastando com 20% da preferência pelos felinos domésticos. Entre casais sem filhos o percentual de cães sobe para 83%, contra 6% da opção por gatos (Radar Pet)”.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Inscrições abertas para o primeiro Programa de Voluntários da Proteção Animal Mundial no Brasil
Fique atento aos sinais: como identificar que o cão está ficando cego?