A Doença Renal Crônica (DRC) em cães e gatos é um problema de saúde cada vez mais comum, mas frequentemente negligenciado por tutores. A campanha Março Amarelo, dedicada à conscientização sobre doenças renais em pets, alerta para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. A médica veterinária Fabiana Volkweis, professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica que fatores como ingestão de alimentos inadequados, processos infecciosos e déficit de hidratação podem desencadear problemas renais graves, que, sem o tratamento correto, podem ser fatais.
Segundo a especialista, as doenças renais podem ocorrer de forma aguda ou crônica e são muitas vezes resultado de fatores como intoxicação por alimentos tóxicos, como uvas e carambolas, além do uso inadequado de medicamentos e a presença de cálculos urinários. No caso dos gatos, eles têm maior predisposição a desenvolver insuficiência renal crônica devido ao fato de possuírem menos unidades de filtração renal, o que os torna mais vulneráveis ao envelhecimento renal. A médica destaca, “Embora não exista uma raça específica mais propensa, os gatos envelhecem com maior tendência à insuficiência renal crônica.”
Os sinais de alerta podem variar dependendo da fase da doença. Na fase aguda, é possível observar sintomas como vômitos intensos, diarreia e recusa alimentar, enquanto na forma crônica, os sintomas são mais sutis, incluindo perda de peso, pelagem opaca e aumento da produção de urina. Fabiana recomenda atenção especial a esses sinais, uma vez que o diagnóstico precoce é essencial para o controle da doença e a manutenção da qualidade de vida do animal.

O diagnóstico da DRC é feito por meio de exames laboratoriais e de imagem, como análises sanguíneas e ultrassonografia abdominal. Além disso, é importante medir a pressão arterial, já que a hipertensão é um fator agravante. O tratamento, conforme a especialista, varia de acordo com a causa e a gravidade da doença. “Em casos graves, quando há ausência de produção de urina, a hemodiálise pode ser necessária”, explica Fabiana. Para os casos crônicos, o tratamento inclui medicamentos, ajustes na alimentação, controle da hidratação e da pressão arterial.
A alimentação desempenha um papel fundamental na saúde renal dos animais. Embora não existam rações preventivas específicas para a DRC, dietas formuladas para o tratamento de cálculos urinários ou insuficiência renal podem ser indicadas, sempre com a orientação de um veterinário. A hidratação, por sua vez, é essencial para a saúde dos rins e pode ser estimulada oferecendo picolés de caldo de ossos ou fontes de água corrente para os gatos, que frequentemente preferem beber água em movimento.
As doenças renais, embora graves, podem ser controladas com acompanhamento veterinário adequado. A implementação de mudanças alimentares, o controle da pressão arterial e o uso de medicamentos contribuem para melhorar a qualidade de vida dos pets diagnosticados com DRC. A veterinária também ressalta que, atualmente, existem centros especializados em nefrologia veterinária, oferecendo tratamentos avançados, como hemodiálise e terapias complementares, que podem ajudar os animais a viver de maneira mais confortável e com melhor prognóstico.
Fonte: CEUB, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ – Doença Renal Crônica em Cães e Gatos
1. Quais são os fatores que podem causar a Doença Renal Crônica (DRC) em cães e gatos?
A Doença Renal Crônica em pets pode ser causada por diversos fatores, como ingestão de alimentos inadequados (como uvas e carambolas), intoxicação por medicamentos e metais pesados, processos infecciosos e obstruções urinárias por cálculos. No caso dos gatos, a predisposição genética, aliada ao fato de possuírem menos unidades de filtração renal, torna-os mais vulneráveis à DRC, principalmente com o avanço da idade.
2. Quais são os sinais de alerta que os tutores devem observar em seus pets?
Os sinais da DRC variam conforme a fase da doença. Na fase aguda, os animais podem apresentar vômitos intensos, diarreia e perda de apetite. Já na fase crônica, os sintomas são mais sutis, como perda de peso, pelagem opaca, aumento da produção de urina (geralmente mais clara e transparente), e apetite seletivo. Fabiana Volkweis, veterinária, recomenda que os tutores fiquem atentos a esses sinais, já que o diagnóstico precoce é fundamental para o controle da doença.
3. Como é feito o tratamento para a Doença Renal Crônica em cães e gatos?
O tratamento da Doença Renal Crônica varia conforme a causa e a gravidade da doença. Em casos graves, onde há falta de produção urinária, pode ser necessária a hemodiálise. Para a forma crônica, o tratamento inclui o uso de medicamentos, ajustes na alimentação, controle da hidratação e da pressão arterial. Além disso, mudanças alimentares específicas, como dietas formuladas para insuficiência renal, podem ser recomendadas, sempre com a orientação de um veterinário.
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