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MAUS-TRATOS CHAMAM ATENÇÃO DA SOCIEDADE PARA O BEM-ESTAR DOS PETS

MAUS-TRATOS CHAMAM ATENÇÃO DA SOCIEDADE PARA O BEM-ESTAR DOS PETS Vídeo do filme “Quatro Vidas de um Cachorro” trouxe à tona o debate
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Vídeo do filme “Quatro Vidas de um Cachorro” trouxe à tona o debate

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Quando se pensa em animais de estimação, logo vêm em mente as alegrias que eles trazem. O modo bagunceiro de brincar, de demonstrar afeto e de estar sempre presente e fiel ao seu dono. Porém, existe o lado B dessa história, um lado que está sendo divulgado incansavelmente: aquele que retrata as vezes em que o pet não recebe a mesma atenção de tutores e/ou treinadores e é submetido a maus-tratos.

Recentemente, foi divulgado em toda a mídia um vídeo mostrando que, nas gravações do filme “Quatro Vidas de Um Cachorro”, ocorreu atitudes de maus tratos aos animais e isso gerou debates dentro do mundo pet e entre ativistas defensores do bem-estar animal. As imagens mostram o cão da raça Pastor Alemão, ator do filme, sendo forçado a nadar em uma correnteza de água simulada para uma cena de afogamento.http://www.youtube.com/embed/csLiYr5OGbg

Porém, no dia 04 de fevereiro, foi divulgado o resultado da investigação que concluiu que o vídeo de maus-tratos foi forjado. Sobre isso, a publicitária e ativista pelos direitos animais, Caroline Zerbato, diz que, se os seres humanos adquirissem nova consciência, medidas como a proibição de animais em set de filmagens não seriam necessárias. “É como quando, em sociedade, temos que estabelecer uma lei para evitar que as pessoas dirijam sob efeito de álcool. É óbvio que não devemos beber e dirigir, mas mesmo assim precisamos de uma lei para não fazer”, cita.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, Brasília/DF) cumpre seu papel estimulando o debate por meio da organização de eventos, como o Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal, além de apoiar os conselhos regionais em ações que busquem dar visibilidade ao tema. A revista do CFMV também tem publicado textos e reportagens sobre o bem-estar animal, esclarecendo os médicos-veterinários e zootecnistas sobre as mais novas posições a respeito dessa questão. “Mais recentemente, o CFMV também colocou sob consulta pública uma proposta de resolução que procura conceituar crueldade e maus-tratos contra animais”, conta a integrante da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea/CFMV), Ingrid Bueno Atayde.

Para Ingrid, a classe veterinária pode contribuir com o tema, inicialmente, dando o exemplo. “Agindo com ética e respeito em todas as áreas da profissão, esclarecendo sobre bem-estar e maus-tratos, ensinando como promover melhor qualidade de vida aos animais, seja para companhia, pesquisa, esporte ou produção animal são ações que devem ser exercidas”.

Para a protetora dos animais, os cuidados não devem ser tomados só pela equipe de gravação, no caso do filme. A preocupação deve começar no roteiro. “É necessário mesmo usar um animal selvagem no filme? Que seja via recursos de animação, então. Além disso, ter uma organização ou instituição com profissionais capacitados, que realmente fiscalizem as produções para evitar que os animais sofram qualquer tipo de abuso físico ou psicológico no set, seria a solução mais prática e eficaz dentro das possibilidades que temos agora. Quanto aos treinadores e à equipe técnica, acho que o problema é bem mais complexo. É mais que uma falta de consciência em relação ao bem-estar do outro”, opina.

maus tratos

Ativista acredita que a sociedade já vem tomando dimensão dos agravantes ocasionados por maus tratos (Foto: reprodução)

O CFMV encerrou há pouco uma consulta pública sobre o tema e ainda não tem uma definição oficial, segundo Ingrid. “A questão será abordada em breve com a publicação de uma resolução, já citada”. A prática de maus-tratos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados é proibida pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605), que prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. A prática também vai contra o Código de Ética do Médico Veterinário, que determina que o profissional tem o dever de preservar o bem-estar animal, evitando sofrimento e dor. “O profissional que submeter um animal a maus-tratos pode ser denunciado ao CRMV e, se confirmada a denúncia, pode responder a um processo ético profissional”, revela.

Apesar de ainda haver muitos casos de maus tratos, a ativista Caroline acredita que a sociedade já vem tomando dimensão dos agravantes ocasionados por maus tratos. “As quedas estrondosas de público nos shows de orcas e golfinhos no complexo de parques aquáticos de Orlando, por exemplo, é a maior prova disso”. Porém, a ativista levanta uma discussão pertinente: nem todas as pessoas enxergam abandono como maus-tratos, por exemplo. “Muitos nem sabem que é crime, até porque a lei é branda e não pune de forma eficaz a crueldade contra animais, que inclui o abandono. Mas estamos caminhando, evoluindo aos poucos. Acho que toda mudança de consciência provém da informação”, insere e menciona que, na cidade de São Paulo, por exemplo, já existe um serviço via internet para denúncias sobre maus-tratos contra animais. 

Ingrid também menciona que a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea/CFMV) tem recebido questionamentos e denúncias sobre práticas envolvendo maus-tratos, como casos de cirurgias mutilantes ou estéticas, práticas de marcação a ferro e experimentos científicos que não seguem os critérios éticos estabelecidos. “A população começa a questionar se essas práticas, antes corriqueiras, não estariam causando sofrimento aos animais”.

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