Recém-formado em Medicina Veterinária, com especialização em resgate em situação de desastres, o capixaba Geovani Tonolli, então com 25 anos, se ofereceu como voluntário para ajudar no salvamento de animais em meio ao maior incêndio da história do Pantanal, ocorrido em 2020. Na primeira missão, ele participou do resgate de duas onças-pintadas em meio ao fogaréu na região da Serra do Amolar (MS).
Ambas foram levadas de helicóptero para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), na capital Campo Grande, a mais de 400 km de distância, onde havia infraestrutura para serem atendidas. Uma delas, batizada de Joujou, teve as quatro patas queimadas, passou por tratamento e dois meses depois retornou ao seu hábitat. Recebeu um colar de rastreamento, foi acompanhada por dois anos e hoje segue a vida normalmente.
Agora, o veterinário criou uma base de atendimento para os animais que vivem no Pantanal. Vários equipamentos estão sendo adquiridos como macas, cintas para estabilizar animais com cores de acordo com o grau de gravidade, gaiolas para transporte, suporte de oxigênio, anestésico, zarabatana e rifles para sedação. No local poderão ser feitos procedimentos como intubação e cirurgias simples. “Esperamos que não ocorra novamente (incêndios de grande proporção), mas, se ocorrer, teremos condições de fazer a remoção do animal com mais agilidade e profissionalismo e, consequentemente, vamos dar mais condições de vida a ele”, afirma.
Segundo ele, não será possível fazer todo o atendimento na base, dependendo da gravidade, “porém, vamos conseguir estabilizar o animal e ganhar tempo, pois, numa situação de desastre, é difícil conseguir uma embarcação ou aeronave para transporte imediato”.
Ciclos de atendimento
O objetivo é que, num futuro próximo, o centro tenha capacidade de realizar todos os ciclos de atendimento, desde resgate, tratamento e a soltura do animal.
No fim de novembro, Tonolli, recebeu nova responsabilidade no IHP. Vai fazer parte da equipe do programa Felinos Pantaneiros, de preservação de felinos, especialmente a onça-pintada, que está na lista de risco de extinção.
Uma das empresas patrocinadoras do projeto, a General Motors do Brasil, ampliou aportes, que vão custear atividades científicas e de educação ambiental, além de permitir a contratação de três novos profissionais – dois veterinários (incluindo Tonolli) e uma bióloga. Também cedeu a segunda picape S10 Z71, que permite ao grupo chegar a locais de difícil acesso. Ao todo, a GM vai investir R$ 1 milhão em dois anos na parceria iniciada em março.
Nascido no Espírito Santo, Tonolli decidiu ser veterinário aos 14 anos, após trabalhar em uma loja de ração e gostar de lidar com animais. “Eu sonhava em trabalhar com leões na África. Não fui para lá ainda, mas estou no Pantanal trabalhando com onças-pintadas”, declara.
Fonte: Terra, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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