Em meio a muitos ruídos na comunicação, conscientizar é essencial para contornar e prevenir diversas questões, como casos de maus-tratos aos animais. Por isso, com a chegada do Abril Laranja, período onde o tema se torna foco, especialista aponta dicas de como os tutores podem realizar adaptação de pets que sofreram algum abuso.
Segundo o professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Cruzeiro do Sul, instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, Juan Justino de Araujo Neves, os maus-tratos são caracterizados por danos físicos, psicológicos, falta de supervisão, indiferença, abandono, negligência e crueldade aos animais, e, portanto, toda falta de cuidado e bem-estar, pode ser caracterizado como crime aos tutores. “Para avaliação do bem-estar do animal, existem alguns indicadores, como a possibilidade ou não de executar comportamentos naturais, recursos presentes no ambiente – como falta de presença de água, alimentos, enriquecimento ambiental e espaço para esses animais – observações comportamentais e parâmetros fisiológicos e biométricos”, avalia.
O médico veterinário ainda destaca que, para os tutores que adotam animais que já passaram por abusos, a adaptação ao novo ambiente é essencial e o primeiro passo é a paciência. “Em relação ao animal que vem de um ambiente de abandono, deve-se ter atenção ao tom de voz quando estiver com ele e com a forma de demostrar carinho. Se em algum momento o animal sentir medo e demonstrar agressividade, respeite e demonstre ainda mais confiança para esse animal”, explica Juan.
O segundo, é amar o novo morador, transmitindo que aquele local é o lar dele, onde vai poder brincar, correr, passear, receber afeto e ser respeitado. Já o terceiro passo é o cuidado com o espaço do pet, sempre oferecer água, comida, petiscos, brincadeiras, uma cama e um canto confortável para ele ficar e descansar.
Para tratar os traumas, deve-se buscar ajuda do médico-veterinário de confiança, o que pode exigir auxílio de um profissional especialista em comportamento. “Dependendo do tipo de trauma que este animal tenha passado, ele pode ter, por exemplo, falta de apetite, não querer brincar, não querer passear, se isolar, ter momentos de agressividade, comer excessivamente, rasgar e destruir coisas, além de traumas físicos. Tudo isso acaba influenciando no comportamento, desenvolvimento e no estado físico do animal e, por isso, todas essas reações devem ser relatadas ao veterinário para que com essas informações a melhor conduta de tratamento seja realizada”, reforça o docente.
Animais não são brinquedos. “Eles nos amam e nos fazem companhia todos os dias. Para muitos, neste momento difícil de pandemia, dor e tristeza, é o pet que traz momentos de alegrias, paz, diversão, carinho e amor. Nós, devemos devolver o mesmo aos nossos amigos peludos”, finaliza o profissional.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Bioparque da Amazônia e Instituto Mamirauá firmam parceria para tratar animais resgatados
Informação e controle epidemiológico são essenciais no combate à dirofilariose
Médica-veterinária destaca importância de tratamento homeopático em animais