Dois profissionais participaram de uma força-tarefa no Estado do Espírito Santo
Entre um grupo de 17 profissionais das mais diversas áreas da saúde, se encontram dois médicos-veterinários, todos trabalham em conjunto para a realização de testes que visam detectar a Covid-19. Ação está ocorrendo no Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo – Lacen/ES e segundo o CRMV-ES são realizadas em torno de 300 análises por dia, com capacidade de chegar a mil, caso a doença avance.
Os médicos-veterinários participantes são: Luiz Fernando Pereira Vieira, que também é conselheiro efetivo do CRMV-ES, e Karina Miranda Marinho. Ambos deslocados pelo Governo do Estado, de suas atividades habituais no Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), para compartilhar o conhecimento que adquiriram na formação acadêmica e na atuação profissional dentro dos laboratórios.
Como explica o Conselho, antes de integrarem a força-tarefa no Lacen, os veterinários atuavam no Laboratório da Gerência de Diagnóstico Laboratorial do Idaf, diagnosticando doenças de interesse para a defesa agropecuária e saúde pública, incluindo o diagnóstico da raiva.
A rotina de ambos é de 40 horas semanais, trabalhando no laboratório de biologia molecular do Lacen e um dia da semana ainda dando suporte ao diagnóstico da raiva no Idaf. “As análises no Lacen ocorrem por demanda das unidades de saúde e hospitais do Estado, que enviam amostras de pacientes com suspeita de doenças respiratórias (além da Covid-19, são feitos diagnósticos para outras enfermidades respiratórias: Influenza e Vírus sincicial respiratório). As amostras são identificadas, processadas e analisadas no Lacen”, destacou Vieira.
A técnica utilizada nos testes possibilita a detecção da mínima carga viral presente em pacientes na fase aguda da doença, garantindo assim, a alta precisão e confiabilidade.
Para a Médica-Veterinária Karina Marinho, esta é uma boa hora de reforçar o reconhecimento de que a medicina veterinária é parte integrante da área da saúde. Ela lembra que 60% das doenças que acometem o ser humano têm em seu ciclo a participação de animais.
“A Saúde Única representa uma visão integrada, que considera a indissociabilidade entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental. Segundo a OIE, cerca de 60% das doenças humanas têm em seu ciclo a participação de animais, portanto, são zoonóticas, assim como 70% das doenças emergentes e reemergentes. Há fortes indícios de que a Covid-19 tem origem em animais, provavelmente os morcegos. Em minha área de atuação original, que é o diagnóstico da raiva, estou sempre em contato com profissionais da área de saúde humana e, desta forma, a atuação no auxílio ao diagnóstico nesta pandemia ocorreu de forma natural”, afirmou.
Fonte: CRMV-ES, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.