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Inovação e Mercado

MULHER NO ASSOCIATIVISMO: ATUAÇÃO É CRESCENTE NA CLASSE VETERINÁRIA

Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Os tempos de boatos de que elas são sexo frágil já passaram. O estudo e trabalho árduo refletem competência e alcançam notoriedade dentro do mercado veterinário, seja na atuação em clínica ou gerindo um órgão ou indústria. Neste Dia Internacional da Mulher, o portal C&G VF publicará reportagens especiais com mulheres habilidosas e empenhadas em suas funções. As publicações te mostrarão perfis de profissionais que possuem atuações distintas, mas que se completam em sua rotina de trabalho. Destacamos trabalhos realizados com docência, com animais selvagens, com projetos dedicados aos animais e com o associativismo.

Este último é o tema da vez e a representante do setor que trazemos neste dia especial é a tesoureira da Anclivepa-RS e membro do Conselho Consultivo da Anclivepa Brasil, Vera Lucia Machado. A profissional conta que, desse os anos 2000 as mulheres se equipararam aos homens dentro da profissão e, portanto, também se mostraram aptas a exercer a Medicina Veterinária. “Com essa oferta, fomos, naturalmente, nos agregando às entidades de classe, antes, totalmente dominada pelos homens, embora essa seja uma luta constante, pois ainda temos que reforçar a ideia de que somos capazes de gerenciar entidades”, argumenta.

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Para Vera Machado, o associativismo representa trabalharem união em prol da classe veterinária (Foto: reprodução)

Historicamente, segundo Vera, as Anclivepas possuem um número superior de mulheres no comando. No entanto, nos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMV’s), ainda há pouca representação feminina nos cargos de presidência. “No Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) nunca tivemos nenhuma mulher como presidente, nem equidade de cargos, sendo, ainda, uma entidade de predomínio masculino em seus cargos diretivos. Ainda não conseguimos entrar neste fechado círculo”, destaca.

Experiência. Apesar do limitado acesso das mulheres nestes cargos, Vera colabora com entidades de classe há mais de 30 anos. “Fui presidente da Anclivepa-RS e secretária Geral do CRMV-RS ao mesmo tempo. Acho que a ideia de ajudar a transformar a visão e colaborar com a classe sempre esteve presente em minha vida. Não consigo me imaginar sem esse tipo de ação”, compartilha.

Apesar de seu orgulho pelo trabalho, a profissional afirma que há uma grande dificuldade de conciliação de tarefas e talvez, em sua visão, seja esse o motivo da escassez de comprometimento delas dentro das entidades. “É muito complicado ser uma boa profissional, cuidar dos filhos, da casa, ser independente financeiramente e, ainda, trabalhar de forma não remunerada”, expõe. Exatamente por isso, Vera acredita que o auxílio entre as colegas de classe seja fundamental: “Temos que nos apoiar umas nas outras para que a união de forças mostre nosso trabalho. Assim, acredito que, consequentemente, vamos conquistando cargos que, antes, não conseguíamos”, avalia.

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Vera Lucia Machado é tesoureira da Anclivepa-RS e membrodo Conselho Consultivo da Anclivepa Brasil (Foto: C&G VF)

Atuação na área. Para ela, o associativismo representa trabalhar em união em prol da classe veterinária. “Independente de sexo, juntos somos mais fortes e, principalmente, mais capazes, pois a troca de conhecimento nos fortalece como profissionais e nos torna capazes de melhor servir a sociedade”, opina.

Em sua visão, a participação associativista permite evoluir como ser humano, pois aprimora o exercício de trabalhar em grupo com um objetivo comum. “Além disso, refina nossos conhecimentos científicos por meio de cursos e palestras promovidos pelas entidades”, menciona.

Especificamente em relação à mulher no associativismo veterinário, Vera espera que elas consigam chegar em um patamar de igualdade em que não sejam mais necessárias infinitas reflexões sobre isso. “Aí sim teremos atingido nosso objetivo: preencher cargos por aptidão e capacidade”, insere.

Para isso, é preciso vencer o principal desafio na carreira, que, de acordo com a profissional, é a dedicação e o desprendimento. “É preciso defender interesses de uma classe que, às vezes, não se sabe bem se é a melhor saída, mas continuar firme, acreditando em um futuro melhor”, declara e adiciona que não existe uma receita certa para as mulheres se destacarem na área. “Existe amor pelo que faz, pois são muitas horas dedicadas ao melhoramento e aperfeiçoamento da classe como um todo”, frisa.

Para finalizar, Vera reforça que as mulheres têm que aprender a lidar com o poder e se fortalecer entre si. “Muitas vezes, combatemos um comportamento machista e, quando chegamos ao poder, agimos igual. Precisamos aprender a ter uma identidade feminina na liderança. Devemos fazer isso sem mudarmos nossa essência de força, sem perdermos a sensibilidade, porque se atuarmos juntas, teremos colaborado com a construção de uma profissão e de uma sociedade melhor”, conclui.

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