Brasileiros, “mães e pais” de pet, têm adotado mais gatos que cães no país. Eles representam 65% das adoções e, de acordo com dados do Censo Pet IPB, o número de felinos nos lares brasileiros cresceu 6% entre 2020 e 2021. Embora os cães ainda representem a maioria entre os animais de estimação, o crescimento foi inferior: apenas 4%.
A médica-veterinária especializada em Gatos e diretora da “Gato É Gente Boa”, Dra. Vanessa Zimbres, afirma que é preciso compreender essa tendência e aponta alguns fatores que levaram a essa preferência por gatos. “A verticalização das cidades, o grande tempo que as pessoas passam fora de casa, as residências cada vez menores e a opção dos brasileiros em não formarem uma família tão cedo, coloca o gato como pet ideal pois as exigências de manutenção são menores se comparado com outros bichos”, observa.
“Se oferecermos no ambiente do gato os itens que ele precisa para ser um gato feliz, não precisamos de muito espaço e nem muito tempo de atenção, pois podemos fazer companhia a eles até dormindo. Um gatinho pode interagir conosco simplesmente deitando em nosso colo enquanto assistimos tv, por exemplo, e ficar satisfeito com isso”, completa a especialista em gatos.
Além disso, essa convivência traz uma série de benefícios para os humanos e vice-versa, destaca a Dra. Vanessa. “Eles oferecem companhia e podem ajudar a reduzir a ansiedade, solidão e estresse dos tutores. O ronronar do gato, por exemplo, tem efeitos comprovados na redução da pressão arterial e promoção da saúde cardiovascular”, elenca a veterinária, apontando também os benefícios para os animais: “Os gatos adotados têm a oportunidade de serem amados, cuidados e de terem uma vida longa e feliz. Muitos desses animais vêm de situações de rua ou abrigos.”Lilian Fialho, psicóloga e mãe de nove gatinhos, concorda e conta que já deixou de fazer coisas para ficar em casa e curtir com os animais. “Eles nos ajudam a encarar a rotina corrida e estressante do trabalho. Tudo ficou mais leve com a chegada deles”.
Tutoria responsável
Um impacto da mudança no comportamento social das famílias brasileiras é, segundo a veterinária, a falta de preparo de alguns tutores, o que pode gerar problemas comportamentais para os pets. “Os gatos são animais com necessidades específicas e comportamentos naturais que devem ser respeitados, eles são animais semi-sociais e predadores naturais, por isso é preciso atender seus instintos com áreas de descanso elevadas e brinquedos que estimulem seu comportamento de caça. Respeitar a individualidade de cada gato é essencial para garantir uma convivência saudável e feliz”.
Lilian, “mãe de gato”, preocupa-se com isso e relata que tem a casa adaptada para os animais. “Tenho vários túneis espalhados para brincarem, além disso, sempre uso as varetinhas com objetos para caçarem, tento deixá-los o mais confortável possível. Há camas suspensas pela casa, arranhadores e tocas para curtirem e relaxarem”. Ela também leva os gatos regularmente no veterinário, os alimenta com rações adequadas, espalha bebedouros pela casa e tem telas de proteção nas janelas para que eles não fujam. Ações aprovadas pela especialista Vanessa: “Só assim é possível garantir a qualidade de vida dos bichanos”, conclui.
Fonte: Perfil Gato Gente Boa, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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