Situação preocupa o CRMV-SP, que teme pela manutenção da qualidade de ensino
O aumento exponencial do número de escolas de medicina veterinária tem despertado a atenção dos órgãos regulatórios para a qualidade do ensino. Nos últimos dez anos, houve ampliação em mais de 245% no número de cursos em atividade. De acordo com dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC), o País já conta com 375 escolas em atividade, sendo que 75 delas no Estado de São Paulo.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária/SP (CRMV-SP) também salienta sua preocupação a aprovação de cursos no módulo EaD. “É extremamente preocupante o definhamento do ensino da medicina veterinária no País, com cursos focados apenas na clínica de pequenos animais, quando no mundo a importância deste profissional como agente de saúde única, capaz de atuar nas mais diversas áreas e inserido inclusive na garantia da saúde pública”, aponta em nota o conselho.
As profissões ligadas à saúde, como ressalta o CRMV, tem a necessidade de interface humana no ensino debatidas, guiadas por questões como o aprendizado prático, o trabalho interprofissional colaborativo e a humanização do atendimento. A infraestrutura necessária no desenvolvimento prático profissional também não tem acompanhado o crescimento de cursos e vagas na opinião do conselho.
As tecnologias, na visão do órgão, devem ser incorporadas ao processo de forma a constituir uma ferramenta para a transmissão do conhecimento teórico, entretanto, a utilização do método deve ser dimensionada de forma a não dificultar o processo inerente à educação de superação das dificuldades presentes.
O CFMV/CRMVs também emitiu nota, encaminhada ao MEC, em defesada qualidade do ensino da medicina veterinária (Foto: reprodução)
“O Sistema CFMV/CRMVs e o CRMV-SP têm atuado politicamente na tentativa de conscientizar as autoridades responsáveis sobre os impactos à sociedade de uma graduação deficitária e virtual”, reforça o conselho.
No último ano, o regional marcou presença em uma audiência pública promovida pela Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo. O encontro reuniu representantes das treze profissões que compõem o Fórum de Conselhos de Saúde.
Após a aprovação do decreto 9.057/17 e a portaria Normativa 11/17, o Fórum, do qual o CRMV-SP faz parte, vem realizando ações contra a prática na área da saúde, motivados pelo questionamento do método, que segundo eles, que poderia colocar em risco a saúde da população. As ações já ganharam apoio de mais de 30 municípios paulistas, que por meio de moções de repúdio ou de apelo ao Ministério da Educação ou à Câmara dos Deputados, manifestaram seu posicionamento contrário a esse tipo de modalidade.
“É preciso apoiar e dar suporte à formação ética e de excelência, por isso manifestamos total desacordo com a homologação de cursos de forma indiscriminada e sem condições de desenvolver profissionais completos”, enfatiza o CRMV-SP.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos.