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Pets e Curiosidades

Orientações corretas podem evitar o desenvolvimento de doenças ósseas em iguanas

Osteoporose, osteomalácia, osteodistrofia fibrosa e o raquitismo precisam de atenção nos cuidados dos pets exóticos
Por Matheus Oliveira
Orientações corretas podem evitar o desenvolvimento de doenças ósseas em iguanas
Por Matheus Oliveira

As iguanas são animais exóticos que, por sua natureza e fisiologia, exigem cuidados específicos para manter sua saúde e bem-estar. No entanto, muitos tutores ainda desconhecem os riscos das doenças osteometabólicas, um grupo de condições que afeta diretamente a estrutura óssea desses répteis. A médica-veterinária Danielle de Souza Batista, especializada em clínica médica e cirúrgica de pets exóticos e silvestres, destaca seus conhecimentos sobre essa questão, ressaltando os principais cuidados para prevenir e tratar essas doenças em iguanas.

O diagnóstico das doenças osteometabólicas é feito por meio de uma consulta clínica, com a confirmação de sinais clínicos (Foto: reprodução)

Segundo ela, as iguanas podem ser afetadas por um conjunto de doenças osteometabólicas, que são condições que comprometem a saúde óssea do animal, resultando em alterações na densidade e estrutura dos ossos. “As doenças osteometabólicas afetam o metabolismo ósseo, resultando em alterações na estrutura e densidade dos ossos. Dentre as principais doenças dessa categoria, estão a osteoporose, osteomalácia, osteodistrofia fibrosa e o raquitismo, todas relacionadas à deficiência de cálcio e à má metabolização de vitamina D”, explica.

Essa situação é particularmente comum em iguanas mantidas em cativeiro, onde erros no manejo alimentar e ambiental contribuem para o desenvolvimento dessas doenças. As iguanas, como animais ectotérmicos, dependem de fontes externas de calor para regular sua temperatura corporal. A falta de exposição aos raios ultravioletas (UVB e UVA), necessários para a metabolização de vitamina D, é um fator determinante para a origem dessas doenças.

Os sinais clínicos variam de acordo com a gravidade da deficiência, podendo incluir anorexia (falta de apetite), dificuldade para se alimentar (disfagia), fraqueza, apatia, tremores e dificuldades locomotoras. Em casos mais avançados, a iguana pode apresentar deformações ósseas, fraturas espontâneas e até paraplegia. “Quando o animal apresenta os sinais da doença osteometabólica, nota-se uma grande dificuldade locomotora, tornando-se mais lento e desajeitado”, descreve Danielle.

O diagnóstico das doenças osteometabólicas é feito por meio de uma consulta clínica, com a confirmação de sinais clínicos. No entanto, é necessário a realização de exames complementares, como radiografias e análises laboratoriais, para confirmar a doença e excluir outras condições com sintomas semelhantes.

Tratamento e cuidados

O tratamento das doenças ósseas em iguanas depende da fase em que a doença se encontra e da confirmação do diagnóstico. “O tratamento pode ser subdividido conforme a confirmação dos sintomas e exames de imagem e laboratoriais”, explica Danielle. O principal tratamento envolve a reposição de cálcio e vitamina D, adequação da alimentação e do ambiente, com a garantia de que o animal tenha acesso a luz solar adequada, que é fundamental para a produção de vitamina D.

Além disso, a mudança no ambiente onde o animal vive é crucial. “É necessário que o local seja construído da melhor forma para o animal, com um abrigo para chuvas, área seca para exposição ao sol e ambiente limpo e arejado”, orienta a veterinária. Em casos graves, é preciso utilizar medicamentos, como o gluconato de cálcio, para tratar a hipocalcemia (baixa concentração de cálcio no sangue).

Os tutores devem estar atentos às mudanças comportamentais de suas iguanas, especialmente se o animal for notoriamente mais lento e desajeitado. Iguanas saudáveis são animais muito ativos e ágeis, enquanto as doentes apresentam uma dificuldade locomotora acentuada e, muitas vezes, uma falta de interesse por alimentos. “Em casos mais graves, as iguanas podem até perder a capacidade de subir em galhos ou troncos, seu comportamento natural”, relata Danielle.

Muitos tutores ainda desconhecem os riscos das doenças osteometabólicas, um grupo de condições que afeta diretamente a estrutura óssea desses répteis (Foto: reprodução)

Os principais desafios enfrentados pelos veterinários especializados em animais exóticos são a falta de informação e o medo de denúncia por parte de tutores de animais adquiridos de maneira ilegal. Isso pode atrasar o diagnóstico e o tratamento, tornando as condições mais graves. “Infelizmente, muitos responsáveis por iguanas não procuram ajuda médica até que a doença esteja em um estágio avançado, o que compromete ainda mais a saúde do animal”, alerta a veterinária.

Além disso, a especialização em Medicina Veterinária para animais silvestres e exóticos ainda não é totalmente valorizada, o que leva a falhas no manejo e tratamento adequado das iguanas. “Muitos animais sofrem devido à falta de informação sobre seus cuidados, e a doença osteometabólica é uma das mais conhecidas, mas também uma das menos diagnosticadas”, destaca Danielle.

Para prevenir as doenças, Danielle recomenda um manejo adequado da alimentação e do ambiente das iguanas. “A suplementação de cálcio e a alimentação balanceada, rica em verduras, legumes e frutas, são fundamentais”, afirma. Ela também ressalta que a iluminação UVB é crucial para a produção de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio.

Ainda assim, é importante que os tutores realizem exames periódicos e consultas com veterinários especializados, pois somente um profissional capacitado pode indicar o tratamento adequado e garantir a saúde do animal. “A orientação médica-veterinária especializada antes mesmo da compra desses animais precisa se tornar uma realidade”, afirma Danielle.

FAQ sobre doenças ósseas em iguanas

Quais são as principais causas das doenças osteometabólicas em iguanas?
Essas doenças são causadas, principalmente, por deficiências de cálcio e má metabolização da vitamina D, muitas vezes associadas à alimentação inadequada e à falta de exposição à luz UVB, essencial para répteis em cativeiro.

Quais são os sintomas mais comuns dessas doenças nas iguanas?
Os sinais incluem anorexia, fraqueza, tremores, apatia, dificuldade para se locomover, deformações ósseas e, nos casos graves, fraturas espontâneas ou até paraplegia.

Como prevenir e tratar essas doenças?
A prevenção envolve alimentação balanceada com suplementação de cálcio, ambiente adequado com acesso à luz solar ou UVB artificial e acompanhamento veterinário. O tratamento pode incluir reposição de cálcio e vitamina D, além de medicamentos em casos mais graves.

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