Luma Bonvino, de São Paulo (SP)
Vendas e marketing. Nas organizações globais, seja na veterinária ou não, as duas áreas, apesar de fortemente interligadas, por vezes se chocam. Enquanto uma representa retorno tangível, isto é, investimento em vendas significa novas vendas; a outra é uma incógnita, sendo que sem planejamento e feedback não será possível identificar que aplicações em marketing também significam nossas vendas e retorno financeiro à instituição. Pensando em ser a ponte entre as duas áreas, por meio de maior conhecimento do público-alvo, a Vet Smart (São Paulo/SP), empresa de tecnologia que possui bulário digital, dá seu passo mais fundamentando em inteligência de mercado, oferecendo o serviço de pesquisas às empresas do setor. Uma prévia das possibilidades foi apresentada para um grupo seleto de cerca de 25 representantes da indústria de saúde animal, em São Paulo, no último dia 26.
“As empresas giram em torno de unidades, mas a razão de existência não são os produtos, mas os clientes. De forma simplista, dentro das organizações o sucesso está correlacionado com a capacidade que se tem de mensurar causas e efeitos, mas no marketing essa tarefa é difícil, porque é uma cadeia de longa atuação”, comenta o parceiro do projeto, também veterinário, Luiz Luccas, explicando que uma ação de branding elaborada hoje pode colher frutos dali muitos meses. “Queremos mudar essa relação e consolidar informações com pesquisa sobre lançamentos, força de vendas, promoção e comunicação”, exemplifica.
Para trazer as promessas à pratica, a equipe da plataforma – que compareceu em peso ao evento – levou uma prévia de duas pesquisas realizadas em janeiro e junho deste ano, junto aos usuários do aplicativo. A primeira delas traz o cenário das vacinas pets no Brasil. Enquanto convidado para apresentação dos resultados obtidos, o diretor da unidade de Negócios Pet da Ceva Saúde Animal, Leonardo Brandão, revela que as enfermidades ao longo dos tempos não mudaram, mas o comportamento do veterinário sim, desenhando uma grande demanda por conhecimento, especialmente aos jovens profissionais.
Conforme anunciou, a pesquisa envolve preço de compra e venda, principais marcas de vacinas e laboratórios e variação regional. As informações são de 558 veterinários, sendo que 57% compunham a maior faixa etária, de 25 e 34 anos. Os respondentes se apresentaram como de maioria autônoma, seguido de proprietários de clínica ou petshop e empregados desses estabelecimentos. “A maior frequência dos autônomos se apresenta no Rio de Janeiro (42%) e a menor em Minas Gerais (26%)”, insere Brandão. Entre dados – que são sigilosos em sua totalidade –, o executivo ressaltou que 70% dos veterinários ficaram de 0 a 10 atendimentos semanais, citando ainda critérios de faturamento, apresentando uma diferença grande entre Nordeste e Sul do País.
Uma prévia da pesquisa foi apresentada para um grupo seleto de representantes da indústria de saúde animal (Foto: C&G VF)
Por meio de conteúdos em que se pode saber mais sobre vacinas, o mesmo aconteceu em dermatologia, com a elucidação do Dr. Ronaldo Lucas. Responsável por interpretar os dados coletados de 581 pessoas, ele mostrou que a grande São Paulo foi responsável por 32% desse total respondente, apresentando como perfil profissionais autônomos (33%), tendo do total,44% na faixa etária de 25 e 34 anos, finalizando em um média de idade de 33.6 anos. “Quando perguntado: na rotina clínica, qual porcentagem de atendimentos relacionados com dermatopatias? 58,5% foi o número alcançado”, menciona, acrescentando a maioria de casos em cães.
“Com essas informações queremos causar reflexões: que produtos tenho que ter em minha linha? Como está meu posicionamento? Onde preciso desenvolver melhor minha marca e sanar os problemas dos veterinários? ”, resume Luccas, exaltando a importância das pesquisas para provar causa e efeito.
De acordo com ele, apesar dos resultados não serem divulgados amplamente, a empresa está viabilizando uma forma sintetizada de expor os resultados, mas, sobretudo aos médicos-veterinários, ele acredita que o principal retorno estará não em tabulações finais, mas o que as companhias farão com elas. “Toda a engenharia por trás também serve ao Vet Smart desenvolver melhor a plataforma dele, adequar navegabilidade, elencar temas mais pertinentes. Ao passo que se espera na indústria cada vez mais melhores produtos e oferta de serviços”, menciona esse como o princípio da ação da startup.
Em linha com esse objetivo, o co-criador do aplicativo, Bruno Ducatti, diz que, enquanto empresa de tecnologia é preciso sempre ter novidades em andamento, para não cair no ostracismo, e é nesse pilar em que a equipe se apoia. Para o próximo anos estão previstas novas pesquisas, como em farmacologia, além de uma interface renovada do app. A versão destktop também será desenvolvida, a fim de atingir os mais tradicionais no uso da internet, tendo como ‘chave de ouro’ um projeto de inteligência artificial.
Abrindo o evento, Bruno Ducatti explicou sobre próximas melhorias da plataforma e novos projetos para 2018 (Foto: C&G VF)
Ronaldo Luccas fez uma apresentação quanto a melhor equação entre os princípios de marketing e vendas (Foto: C&G VF)
“Pesquisa nacional de vacinas, com clínicos veterinários, resultados e discussão” foi a proposta de Leonardo Brandão (Foto: C&G VF)
Ronaldo Lucas foi o convidado a apresentar os primeiros dados sobre a pesquisa online em dermatologia, propondo reflexões e novos desdobramentos (Foto: C&G VF)
Toda a equipe Vet Smart esteve presente durante primeiro workshop de inteligência de mercado da companhia (Foto: C&G VF)