O médico-veterinário do Serviço de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa/Mossoró-RN), Kilder Dantas Filgueira, explica que a Pitiose é uma doença granulomatosa decorrente da infecção pelo oomiceto Pythium insidiosum, um microrganismo zoospóricodo, Reino Straminipila, Classe Oomycetes, Ordem Pythiales e Família Pythiaceae, que habita o solo e ambientes aquáticos. “Atualmente, o P. insidiosum relaciona-se de maneira mais próxima das algas, embora já tenha sido considerado como um fungo. Por vezes, utilizam-se os termos ‘pseudofungo’ ou ‘fungo-símile’”, explica.
Segundo ele, os equinos são os mais comumente afetados, seguidos pelos caninos, cuja manifestação gastrointestinal têm maior prevalência em relação à dermatológica. E como o animal pode adquirir a doença? “Dentre as teorias para a infecção, cita-se que os animais imersos na água contaminada atraem o microrganismo, o qual inicia o seu desenvolvimento a partir de lesões mucocutâneas. Há necessidade de uma porta de entrada (solução de continuidade), no trato digestório ou na pele, para a penetração do P. insidiosum; para a forma gastroentérica, normalmente, é devido à ingestão de água contaminada por P. insidiosum”.
Filgueira aponta que, no Brasil, há poucos estudos abrangentes sobre a prevalência das enfermidades causadas por oomicetos em cães e gatos nas diferentes regiões do País, ficando as publicações extremamente direcionadas a relatos de casos isolados. “Quando os cães e gatos são provenientes de lugares com as estações do ano bem definidas, a infecção é mais comum no inverno, outono e início da primavera. Nos cães, a moléstia é de seis a sete vezes mais frequente em relação aos gatos”, diz.
Outra dúvida que pode surgir: essa é uma doença zoonótica? De acordo com Filgueira, os cães podem servir como agentes sentinelas, pois, embora a enfermidade, usualmente, não possua caráter zoonótico, a presença da pitiose nesses animais é sinalizadora de contaminação ambiental e, assim, com risco iminente para os humanos”.
Para começar a identificar que o animal esteja com pitiose, é necessário prestar atenção nos sinais apresentados. O professor aponta alguns deles: “Os cães são, principalmente, machos jovens, de grande porte e oriundos de regiões rurais ou de locais alagados. A forma gastrointestinal se demonstra com vômito, diarreia esporádica, perda de peso progressiva, dor abdominal e massas nodulares à palpação abdominal. A disseminação do agente pelos vasos mesentéricos tende a resultar em isquemia intestinal, infarto e perfuração, com consequente hemoperitônio e peritonite”, afirma.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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