Baseada no histórico das respostas das preferências dos animais, a Universidade Estadual Paulista (Unesp, Botucatu/SP) desenvolveu um estudo inédito sobre método de escolha.
Desenvolvido pela pós-graduanda Caroline Marques Maia, do Laboratório de Fisiologia e Comportamento Animal, o trabalho foi orientado pelo professor Gilson Luiz Volpato.
Será que o que o animal escolhe é necessariamente o que ele prefere? Foi a pergunta da Caroline em sua tese de mestrado. A pesquisa de Caroline trabalha com a questão da diferenciação entre uma escolha de momento e de uma mais consistente ao longo do tempo. Uma escolha de momento pode ser influenciada por um contexto, por algo no ambiente que chamou a atenção do animal ou por uma condição fisiológica naquela hora.
A nova metodologia propõe avaliar a consistência da resposta ao longo do tempo. Ela analisa quais são as escolhas que o animal fez, ou seja, aquelas que o animal escolheu apenas temporariamente, por alguma razão específica, e aquelas que o animal realmente mantém e que devem representar melhor o que é a sua preferência.
Uma das diferenciações com relação aos testes tradicionais é o número de dias usados para a realização. “Percebemos que nos primeiros quatro dias – total máximo usado pelos testes tradicionais – é quando ocorre a maior taxa de incerteza na resposta dos animais. Nesse período, a flutuação é muito grande”, diz Caroline.
O teste então foi ampliado para dez dias. De acordo com os pesquisadores, a resposta de escolha em cada dia tem o mesmo peso nos cálculos dos testes tradicionais. “Além de fazer em poucos dias, são feitas somatórias e análise das médias. Se o animal, em um dos dias, teve uma escolha muito forte ou muito fraca porque ele estava com algum problema fisiológico, ou algo no ambiente chamou à sua atenção, isto tem um peso grande no cálculo”. Caroline reforça que isso puxa o cálculo para aquele item e não necessariamente é a sua preferência.
Na nova fórmula desenvolvida pelos pesquisadores da Unesp, isso é amenizado porque ela calcula com diferença de pesos. A ideia é que as respostas mais próximas do momento de uso devem pesar mais do que as mais antigas. A formula é calculada de um jeito que o dado, quanto mais antigo, mais perde valor, mas nunca sai do quadro. Isto dá uma robustez ao teste, diz o professor Volpato. “Com esta proposta, qualquer teste que se faça com escolhas e que transforme os dados em números, se enquadra”.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.