Profissionais contribuem o conhecimento e facilitam tomadas de decisões
Cláudia Guimarães, da redação
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Tratando de forma ampla, com informação correta é que se consegue esclarecer a relevância e contexto de determinado assunto para a comunidade. Essa é a principal função das campanhas. Na Medicina Veterinária não é diferente. A participação de médicos-veterinários é fundamental em ações relacionadas ao bem-estar humano, animal e ambiental.
A presidente da Comissão Técnica de médicos-veterinários em ONG’s, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP, São Paulo/SP), Vânia Plaza Nunes, esclarece que as campanhas podem ser amplas ou localizadas, mas devem ser realizadas de forma a mostrar realidades distintas que exigem uma mudança na sociedade. “Em relação aos médicos-veterinários que se envolvem nessa atividade, fica evidente a relevância da atuação profissional em diferentes aspectos, como no caso da recente campanha contra abandono de animais de estimação, desenvolvida pelo CRMV-SP”, cita.
Segundo Vânia, existem aspectos multilaterais para serem trabalhados em campanhas direcionadas à população: “Por exemplo, o animal em si, os humanos envolvidos, o ambiente e a relação entre eles. A contribuição com conhecimento e atuação deste profissional para apoiar e auxiliar nos esclarecimentos e complementariedade de conhecimentos é fundamental”, opina, porém destaca que as iniciativas devem ser éticas, em sentido amplo. “Também devem ser voltadas ao coletivo e ao atendimento de demandas da sociedade e não em beneficio próprio”, completa.
Participar de ações ligadas à sociedade contribui com o conhecimento e análise nos diversos temas, facilitando tomadas de decisões, como comenta a presidente. “Além disso, o médico-veterinário tem a chance de apoiar temas relevantes e que não devem ser tratados de forma superficial”, frisa.
Abordagens diferentes devem ser utilizadas para a divulgação não falhar, já que cada assunto precisa ser visto separadamente (Foto: reprodução)
Sobre assuntos viáveis para serem trabalhados, Vânia afirma que são todos aqueles disponíveis na área de trabalho e que envolvam conhecimento básico da Medicina Veterinária, por exemplo. “Também aqueles que possam, em determinada situação, serem motivos de dúvidas na adoção de condutas, medidas de controle e na adoção de medidas de prevenção, como enfermidades em espécies especificas, de caráter zoonótico, ambiental e controle populacional”, menciona e não se esquece de adicionar aqueles temas relacionados ao bem-estar animal.
Apesar de a profissional julgar como a melhor forma de orientação àquela que se dá presencialmente, em linguagem simples e objetiva, acredita que orientações podem ser complementadas com diferentes recursos. “Veículos de comunicação hoje podem auxiliar, de forma específica, uma informação inicial, como sites idôneos, entrevistas sobre temas gerais ou específicos, por exemplo”.
A presença de profissional que lida com a vida dos animais diretamente dá um peso maior na divulgação de campanhas, na visão da presidente. “Aquele que busca a prevenção e a recuperação da saúde dos animais, com certeza, dá mais robustez aos temas abordados, mas a clareza e objetividade do profissional também devem estar sempre presentes”, pontua.
Porém, para uma campanha oferecer bons resultados, Vânia observa que os temas e os recursos disponíveis precisam ser conhecidos e bem explorados, uma vez que hoje existe grande quantidade de veículos de comunicação. “Outro ponto empregar abordagens diferentes para a divulgação não falhar, pois cada assunto precisa ser visto em sua complexidade”, orienta a profissional.
O CRMV-SP lembra que o Código de Ética Profissional do Médico-Veterinário veda campanhas que tendam a concorrência desleal ou a autopromoção e que veiculem em seus materiais descontos em serviços médicos-veterinários ou promocionais. “Devem ser observados os aspectos éticos envolvidos”, finaliza Vânia.