Ação pode ajuar a reduzir os agravos à saúde do médico-veterinário
De acordo com ranking de periculosidade ocupacional, elaborado pela Business Insider, com base no Occupational Information Network (banco de dados oficial de profissões dos Estados Unidos), os médicos-veterinários surgem como a quarta atividade de maior risco, “perdendo” apenas para os dentistas, aeromoças e comissários de bordo e anestesiologistas.
O mesmo estudo aponta os três principais riscos da profissão: exposição a doenças/infecções, risco de ferimentos e exposição a contaminação. No Brasil, não há dados disponíveis e confiáveis para dizer quais os principais acidentes acometidos aos médicos-veterinários nos últimos anos. No estado de São Paulo, entre 2006 a 2016, foram notificados no Sistema de Nacional de Agravos de Notificação (SINAN NET) 63 acidentes graves dos quais 47 ocorridos com médicos-veterinários; seis com zootecnistas e dez com pessoas que desempenham ocupações relacionadas à Medicina Veterinária.
Da mesma forma, os acidentes do trabalho (típicos, de trajeto e doença do trabalho) comunicados à Previdência Social também são subnotificados. De acordo com o Anuário Estatístico de Acidente do Trabalho (AEAT), referente ao período 2012 a 2014, foram comunicados 122 acidentes típicos, 41 de trajeto e apenas uma doença relacionada com o trabalho.

Ação visa envolver a sociedade, os órgãos de governos, empresas e entidades de classe (Foto: reprodução)
Para o médico do trabalho da Divisão Técnica de Vigilância Sanitária do Trabalho (SES/SP), Marcelo Pustiglione, e para a professora titular da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS, São Caetano do Sul/SP), Silvana Tognini, a melhor maneira do veterinário prevenir acidentes de trabalho é por meio de medidas específicas de proteção e de educação permanente. “Para tanto se faz necessária a implantação e implementação de programas customizados para cada área de atuação e a inclusão deste olhar prevencionista na formação acadêmica dos profissionais da área”, diz Pustiglione.
Em relação aos veterinários que trabalham com eutanásia, abates ou situações sob estresse, as pesquisas indicam que lidar com a vida e a morte pode desenvolver nos profissionais transtornos mentais. Eles vão desde doenças somáticas às psíquicas, como a síndrome depressiva, a síndrome de Burnout, entre outras.
Um bom começo para a precaução de problemas é a conscientização do próprio profissional à inclusão de medidas de proteção e prevenção em seu comportamento e atos no cotidiano. “Empregadores e gestores também não devem poupar esforços e nem regular recursos para oferecer ambientes, postos e processos de trabalho seguros e saudáveis. É fundamental a participação de especialistas em segurança e saúde no trabalho para a elaboração e implementação dos programas necessários”, alertam Silvana.
Abril Verde. Dia 28 é o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho. Portanto, abril foi escolhido para ser o mês da prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Essa mobilização, apoiada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, Brasília/DF), se chama Abril Verde e tem o objetivo de reduzir os acidentes de trabalho e os agravos à saúde do trabalhador, além de envolver a sociedade, os órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações e federações para prevenir e alertar sobre os problemas que ocorrem no dia a dia do empregado.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.