Proteínas como o ovo integral em pó são amplamente utilizadas na formulação de alimentos destinados a animais de estimação.
Com o aumento da conscientização sobre as condições de criação de galinhas em sistemas convencionais, observa-se uma demanda crescente por ingredientes provenientes de sistemas que adotam práticas mais alinhadas ao bem-estar animal.
Essa mudança de perspectiva, antes restrita à alimentação humana, vem se expandindo para o setor de pet food, refletindo um movimento mais amplo por práticas de produção responsáveis.
Avaliando esse contexto, desde 2023 a Special Dog Company passou a utilizar exclusivamente ovos provenientes de galinhas criadas livres de gaiolas. Durante dez meses, a empresa desenvolveu e implementou um plano de transição em sua cadeia de suprimentos, substituindo integralmente o uso de ovos convencionais por alternativas oriundas de sistemas com maiores garantias de bem-estar animal.
Com a mudança, a empresa se tornou a primeira do setor pet no Brasil a adotar integralmente esse tipo de política. A partir dessa experiência, foram iniciadas análises para aplicação de critérios semelhantes em outras cadeias produtivas, como as de peixes e suínos, com novas etapas previstas para 2025.
Desafios e perspectivas do setor
Embora o debate sobre sustentabilidade na indústria de alimentos para pets costume se concentrar em temas como descarbonização e uso de energia renovável, há um entendimento crescente de que o bem-estar animal representa uma dimensão estratégica igualmente relevante.
Essa visão não apenas vai de encontro os valores dos consumidores, como também pode contribuir para práticas mais éticas e sustentáveis em toda a cadeia produtiva.
Segundo o gerente de desenvolvimento sustentável da Special Dog, João Paulo Figueira, apesar do interesse crescente, ainda existem obstáculos importantes, como a baixa oferta de fornecedores que adotam práticas reconhecidas de bem-estar animal. Por isso, ele sugere uma abordagem gradual, que envolva capacitação, conscientização e maior articulação entre os diferentes elos da cadeia.
Como muitos dos ingredientes usados na alimentação de pets são oriundos da mesma base produtiva da alimentação humana, há oportunidades para fortalecer a colaboração entre setores e buscar avanços conjuntos.
A atuação da Colaboração Brasileira de Bem-Estar Animal (COBEA) segue essa lógica e reúne empresas com o objetivo comum de promover mudanças estruturais no modelo atual.
A expectativa é que, por meio da cooperação, seja possível avançar com mais consistência nas práticas que garantam melhores condições para aves, suínos, peixes e outras espécies.
Fonte: COBEA, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
Quais práticas de bem-estar animal são empregadas na produção de alimentos para pets?
Um exemplo de práticas de bem-estar animal que podem ser utilizadas na produção de alimentos para pets é o uso de ovos provenientes de galinhas criadas livres de gaiolas.
Quais os desafios de adotar essas práticas no setor de pet food?
Um dos principais desafios é a baixa oferta de fornecedores, que adotam práticas reconhecidas de bem-estar animal.
Como é possível melhorar a adesão dessas práticas?
A sugestão é que, como muitos dos ingredientes usados na alimentação de pets são provenientes a mesma base produtiva da alimentação humana, seja possível criar uma colaboração entre esses setores.
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