Debate foi realizado durante simpósio sobre o tema, em São Paulo (SP)
(Foto: divulgação)
Por avanço tecnológico e pressão da sociedade há uma tendência de redução do uso de animais no ensino das profissões de saúde e, entre elas, está a Medicina Veterinária. Para apresentar exemplos de métodos alternativos e debater o tema, foi organizado pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (Mctic, Brasília/DF), o Simpósio Método Alternativos ao uso de animais no ensino. O evento foi realizado em São Paulo (SP), nos dias 05 e 06 de outubro.
Com foco especificamente para a educação, já que não foi abordado o uso na pesquisa, o evento contou com a participação do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, Brasília/DF) por meio de representantes da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (Cnemv/CFMV) e Comissão Nacional de Especialidades Emergentes (CNEE/CFMV).
Para a coordenadora do Concea, Monica Andersen, as discussões apresentadas mostram a união, abertura de espaço e resposta a uma demanda da sociedade. “Reconhecemos que há necessidade de uso alternativo e também temos interesse na mobilização de outras formas de aprendizado”, afirmou.
Na avaliação dos representantes da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (Cnemv /CFMV) a substituição é uma tendência, mas também depende de outros fatores como modelos eficientes, fontes de financiamento, além de treinamento e sensibilização dos docentes. “Há muitas práticas que podem ser substituídas, mas é preciso ter cautela para que não haja prejuízo para a aprendizagem do aluno”, avalia o membro da Cnemv, Marcelo Diniz dos Santos.
Para o também membro da Cnemv, Marcelo Hauaji de Sá Pacheco, esse é um processo recente que pode valer-se da tecnologia como os objetos virtuais, porém, também é importante a validação de modelos para que seja efetivo. “É um processo que está em construção”, acredita Pacheco. Ambos avaliaram que a continuidade da discussão é muito importante e levarão isso para subsidiar as discussões sobre o tema no CFMV.
Na visão do presidente da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes (CNEE/CFMV), Carlos Alberto Muller, a contribuição do evento foi a reunião de representantes de diversos setores como organizações não governamentais, Concea, Sistema CFMV/CRMVs, integrantes de Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), docentes e alunos. “A substituição não é uma novidade, mas a reunião das entidades para falar sobre o tema é um avanço importante”, comenta Muller. O presidente do CRMV-SP, Mário Eduardo Pulga, também ressaltou a importância da discussão, lembrando que faltam respostas para todos os procedimentos. “É preciso sempre tratar o tema sob a luz da ciência”, defende.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.