Cerca de 70% das doenças humanas emergentes e reemergentes são de origem animal. É o caso da leishmaniose, uma zoonose transmitida pelo mosquito palha, que pode ser letal tanto para animais quanto para seres humanos, mas é passível de prevenção com a orientação e o trabalho do médico-veterinário. Em 2016, foram 3.626 casos diagnosticados em humanos no País, com 275 óbitos.
A transmissão da leishmaniose visceral canina ocorre pela picada de inseto e afeta principalmente cães, gatos e humanos. É uma doença que leva ao óbito em até 90% dos casos não tratados e, até recentemente, cães infectados pela doença eram submetidos à eutanásia, por serem hospedeiros do vetor.
Falta de apetite, perda de peso, apatia eaumento de tamanho dos gânglios linfáticos são algunsdos sintomas em pets (Foto: reprodução)
Com este panorama, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP, São Paulo/SP) vem, em sua missão de destacar o papel do médico-veterinário na promoção da saúde única, orientar à sociedade quanto às formas de diagnosticar, prevenir e tratar esta doença infecciosa que é considerada uma das seis mais graves em todo o mundo.
O médico-veterinário doutor em clínica veterinária, Cláudio Rossi, alerta para a contaminação da doença. “Aqui no Brasil, as espécies Lutzomia longipalpis e L. cruzi são as principais responsáveis pela transmissão, embora existam outras espécies que também podem transmitir da mesma forma”, aponta. Nos animais, os principais sinais a serem observados são a falta de apetite, perda de peso, apatia, aumento de tamanho dos gânglios linfáticos, feridas que não cicatrizam (úlceras), descamação de pele, perda de pelo, crescimento excessivo das unhas, anemia, dentre outras. “Os sinais clínicos nos animais acometidos são muitos e variados, visto que a doença é multissistêmica”, explica o profissional.
Já em humanos, a leishmaniose visceral se apresenta com o aumento de volume abdominal, febre intermitente com semanas de duração, perda de apetite, fraqueza, anemia, palidez, alterações respiratórias, dentre outros.
A melhor forma de prevenir a Leishmaniose, segundo Rossi, é manter quintais limpos, sem acúmulo de lixo, matéria orgânica ou água parada, além de utilizar repelentes e inseticidas continuamente associados a visitas regulares ao médico-veterinário. “Evitar que o animal tenha acesso ao ambiente externo no período noturno e telar portas e janelas também são ações eficientes para evitar a contaminação”, aconselha o veterinário.
O profissional ministrará a palestra de tema “Atualizações em Leishmaniose Visceral Canina”, que acontecerá no dia 12 de setembro, em Ribeirão Preto (SP), na I Semana do Médico-Veterinário, promovida pelo CRMV-SP.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.