Popularmente conhecido como comichão ou coceira, o prurido é um incômodo rápido que, aparentemente, não oferece risco à saúde dos cães. No entanto, quando esse hábito se torna exagerado, acompanhado de alterações físicas e comportamentais, pode ser um sinal para o tutor investigar o causador dessa sensação desagradável.
Embora seja um processo natural dos cães, que serve como autoproteção para afastar insetos e outros elementos, o médico-veterinário e professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Régis Bergamaschi, afirma que o incômodo ao se coçar pode indicar o princípio de doenças.
“Existem animais que têm alergias atópicas desencadeadas pelo ambiente, alimentação ou pelo contato com outros pets. O veterinário deve ser consultado para avaliar qual a procedência da coceira. Se necessário, poderá realizar tratamento medicamentoso ou orientar o tutor a mudar os alimentos oferecidos ao animal, indicar shampoos específicos ou excluir certos petiscos da dieta”, alerta.
A seguir, conheça os tipos de coceiras mais comuns nos peludos:
- Coceira por ectoparasitas: O motivo mais comum de coceira entre os cães são os ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e piolhos. “Apesar de acontecer com frequência e ser de fácil prevenção, o tutor deve estar atento para qualquer intercorrência, pois esses parasitas costumam picar e se alimentar do sangue do pet, e podem transmitir doenças como verminoses e infecções por microrganismos, ou até mesmo levar a quadros de anemia, dependendo da carga parasitária”, discorre o docente.
- Coceira por ácaros: Diariamente dividimos o lar com seres que não é possível enxergar a olho nu, como o ácaro. Para mantê-lo longe de casa, é necessário, também, higienizar os itens e acessórios dos pets. “A sarna, por exemplo, é uma doença contagiosa causada por um tipo de ácaro que ataca a pele, gerando lesões e coceira. Os principais sinais desse problema são, além da coceira, a perda de pelos, vermelhidão, inflamação da pele, feridas e mau cheiro”, menciona.
- Coceira alérgica: Essa pode ter diversas origens e é um dos principais motivos de visitas ao veterinário. “Os processos alérgicos mais comuns podem incluir as alergias alimentares, as dermatites por contato e as dermatites atópicas. Geralmente, acontecem pela alimentação que está sendo consumida pelo pet, contato com produtos químicos, como shampoo, condicionador ou produtos de limpeza, ou mesmo contato com plantas e insetos”, destaca.
- Coceira por ansiedade e estresse: Não muito distantes dos humanos, os cães também sofrem de ansiedade e estresse. “O pico de emoção sofrido pelo pet costuma gerar distúrbios mentais e a coceira é um indicador acompanhado do latido, respiração ofegante e agitação. Para evitar esses distúrbios ao bichinho, não o deixe sozinho por muito tempo, busque atividades que possam distrair e promover o gasto de energia, como passeios e brinquedos interativos”, sugere o profissional.
Tratamento e prevenção
O profissional veterinário está preparado para cuidar e aliviar os sintomas e irritações causados por lesões e feridas no animalzinho. E somente ele é capaz de identificar a origem das coceiras, por meio de testes específicos para o diagnóstico de cada tipo de problema.
O pet que sofre com doenças de pele, por exemplo, terá um tratamento direcionado, de longo prazo e com supervisão do profissional de confiança. “Portanto, para qualquer tipo de alteração pruriginosa, ou seja, que cause coceira, o tutor deve ir imediatamente à clínica veterinária, pois a coceira pode estar associada ou pode desencadear situações mais graves e, em alguns casos, as complicações podem levar o pet à morte”, finaliza Bergamaschi.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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