Sendo uma doença em expansão e negligenciada, por muito tempo, no Brasil e na América do Sul, a leishmaniose soma quase 4 mil casos humanos por ano, mas, na visão do médico-veterinário Paulo Tabanez, a enfermidade canina ainda é subestimada. Ele lembra que, durante décadas, o governo utilizou a eutanásia como forma de controle da doença, mesmo essa atitude sendo antiética, ineficaz e impraticável.
Tabanez explica que existem vários protocolos terapêuticos para a doença. “No Brasil, algumas drogas são exclusivas para uso em seres humanos para evitar uma anedótica e possível resistência do protozoário a essas drogas. Este é um dos argumentos dados pelo governo a fim de explicar por que veterinários não deveriam tratar animais, além do risco de infecção a seres humanos. Contudo, eutanasiar animais como método de controle é uma medida comprovadamente fraca”, avalia.
Também há outra enfermidade que atrai a atenção de profissionais da Medicina Veterinária: a dirofilariose. Trata-se de uma doença antropozoonose emergente de cães, de caráter crônico, causada por nematódeos do gênero Dirofilaria, onde a espécie D. immitis é amplamente conhecida. A transmissão vetorial ocorre pelos hospedeiros intermediários, os quais correspondem aos mosquitos dos gêneros Aedes, Culex e Anopheles. A dirofilariose é, também, conhecida como cardiopatia parasitária e com ampla distribuição geográfica, particularmente em regiões tropicais e subtropicais.
Priscila Brabec afirma que o trabalho daempresa tem como foco o bem-estar e a saúdedos animais (Foto: divulgação)
Visando combater esses dois problemas, a Ceva Saúde Animal (Paulínia/SP) criou o conceito “Double Defense”. O protocolo, que objetiva a defesa dupla, é uma abordagem multimodal para a prevenção de importantes enfermidades nos cães, como dirofilariose e leishmaniose. A estratégia multimodal baseia-se no conceito de proteger o animal topicamente (controlando o vetor), por meio de produtos repelentes e inseticidas, e sistemicamente, pelo uso de produtos que tenham ação contra o agente, coibindo o desenvolvimento do patógeno e o desenvolvimento da doença.
No caso da dirofilariose, o protocolo Double Defense baseia-se na prevenção mensal com o uso de produto anti-helmíntico à base de ivermectina oral para cães, por exemplo (ação sistêmica) associado ao emprego de um produto tópico de efeito repelente e inseticida contra os mosquitos transmissores. Por anos a prevenção preconizada contra a dirofilariose foi baseada apenas no uso de produtos sistêmicos (à base de lactonas macrocíclicas). No entanto, após mais de 30 anos, os pesquisadores perceberam que o protocolo estava sendo insuficiente e que precisavam adicionar algo a ele: daí o conceito do protocolo Double Defense.
A Sociedade Americana de Dirofilariose (AHS), assim como os maiores especialistas da área, recomendam uma abordagem multimodal onde se associa a prevenção sistêmica com o controle do vetor por meio de produtos tópicos de ação repelente e inseticida (como o Vectra 3D) – fazendo assim uma barreira dupla contra esta doença.
Controlar o vetor é considerada a estratégia ouro na prevenção das doenças transmitidas por vetores artrópodes, além de promover a saúde humana, minimizando a transmissão das zoonoses.
O mesmo conceito deve ser aplicado para a prevenção da leishmaniose visceral canina. A defesa dupla consiste na administração da vacina recombinante Leish-Tec (única vacina aprovada no Brasil) e utilização de um produto tópico com efeito repelente contra o flebótomo transmissor (como o Vectra 3D). A vacinação produz uma resposta imunológica altamente específica e segura contra a doença, de acordo com a companhia, e o uso do Vectra 3D aumenta ainda mais a proteção, repelindo e eliminando os flebótomos que transmitam a doença. Uma dupla proteção: contra o agente e contra o vetor.
Em resumo, o protocolo Double Defense consiste em utilizar duas ferramentas para proteção do animal: proteção interna, com vacina ou preventivos sistêmicos contra o agente, e a proteção externa, com produto tópico repelente e inseticida contra o vetor (como o Vectra 3D). Dessa forma, o protocolo atua inibindo o desenvolvimento da doença e da transmissão do patógeno, aliando as ferramentas para controle e combate de importantes enfermidades para os cães.
A gerente de Produtos do canal veterinário da Unidade Pets da Ceva Saúde Animal, Priscila Brabec, afirma que o trabalho da empresa tem como foco o bem-estar e a saúde dos animais. “Pensando nisso, o conceito Double Defense trabalhado mundialmente pela Ceva visa proteger os cães dessas doenças, utilizando um repelente tópico e uma proteção sistêmica. No caso da leishmaniose, por exemplo, é importante evitar a picada do vetor transmissor (Lutzomyia longipalpis) e, também, proteger contra o agente (leishmania), caso ocorra a transmissão. Por isso, a Ceva oferece os produtos Vectra 3D, como repelente tópico e Leish-Tec, vacina recombinante contra leishmaniose visceral canina para a proteção dos cães contra a leishmaniose”, menciona.
Tabanez reforça que existem protocolos e abordagens que podem de ser utilizadas nos animais de companhia. “Os pets infectados devem ser tratados e controlados com repelentes inseticidas para evitar o contato vetor – cão, além de acompanhados por um médico-veterinário especializado. Nesta situação, o cão não representa risco”, pontua. Além de repelentes e vacinação, o profissional cita o manejo ambiental e a educação em saúde como formas de prevenção da doença.
Confira vídeo explicativo sobre o contágio da leishmaniose e as opções, apresentadas pela empresa, como forma de prevenção:
LeishTec é uma Vacina Recombinante para prevenção de Leishmaniose Visceral Canina, há mais de 10 anos no mercado (Foto: divulgação)
Vectra 3D é uma associação de três princípios ativos que, a partir de seus mecanismos de ação, proporcionam boa eficácia no controle de pulgas, carrapatos, mosquitos e flebotomíneos (Foto: divulgação)
Vectra 3D, além de matar os parasitas, age por contato, ou seja, minimiza o risco de transmissão de doenças (Foto: divulgação)
As doenças transmitidas por insetos é crescente. Por isso, uma estratégia para prevenção contra o vetor é essencial para a saúde dos cães (Foto: divulgação)