Ver cães e gatos em situação de rua ou sofrendo maus-tratos mexe com o coração até dos mais fortes. Mas, quando alguém se disponibiliza a resgatar algum animal, é preciso ter algumas noções básicas para garantir segurança ao animal e a si mesmo.
A médica-veterinária presidente da ONG APANP – Associação Protetora dos Animais de Nova Ponte, de Minas Gerais, Gabriela Cristina Ferreira Sabadim, orienta que o primeiro passo em um resgate é observar se o animal não está ferido, magro ou prostrado. “E, se tem coleira de identificação, pode ser que tenha um tutor”, sinaliza.
Para realizar o resgate, é preciso ter em mãos: luvas, focinheira, corda, caixa de transporte e cambão (se necessário). “Ao se aproximar do animal, a pessoa deve ir devagar, sem movimentos bruscos, tentando jogar algum petisco para ganhar a confiança dele. Ganhando a confiança, é recomendado passar uma corda no pescoço e colocar uma focinheira, se possível, por trás do animal, para que ele não consiga virar pra morder”, ensina.
Com o animal bem contido, é hora de levá-lo ao veterinário para exame físico. “Na clínica, o veterinário pode utilizar um leitor de microchip para tentar identificar se o animal tem um tutor. Ou, ainda, se o animal estiver bem cuidado, gordinho e limpo, são alguns sinais de que o animal pode ter fugido de casa e, então, a busca pelo tutor deve ser iniciada”, recomenda.
Mas, como a prioridade é saber, primeiro, sobre a saúde do cão ou gato, deve-se realizar exame de hemograma, teste rápido para detecção de cinomose e parvovirose (filhotes), além de ser administrado vermífugo, vacina contra viroses e antirrábica e controle de ectoparasitas, conforme comentado por Gabriela. “O ideal é que o animal resgatado seja encaminhado ao serviço veterinário, seja submetido aos exames e fique em isolamento dos outros animais por, pelo menos, sete dias, a fim de se detectar e observar que o mesmo não tenha sinais de doenças infecciosas e, assim, concluir o tratamento de forma segura”, salienta.
Por fim, a veterinária afirma que, com uma equipe preparada, responsável e que saiba manejar bem um animal, o resgate é feito de maneira segura e com um final feliz para os animais.
Quando os animais resgatados são filhotes muito novos e estão sem a mãe, é preciso alimentá-los com leite artificial, seja na tigela ou mamadeira, a cada três horas. “Colocar em ambiente quente e limpo, livre de ectoparasitas”, orienta. “Ao menos, é o que tentamos, levando os cães e gatos resgatados a feiras de adoção, fazendo divulgação em redes sociais e, principalmente, apostando em conscientização. É preciso falar bastante sobre posse responsável, fazer entrevistas e conhecer o animal que está sendo doado e o perfil do adotante.
Na visão da profissional, as campanhas de adoção devem ser realizadas, inclusive, nas escolas, por meio de educação socioambiental e outras atividades. “Apenas com conscientização pode se alterar situações de abandono”, pondera.
FAQ
O que devo fazer ao encontrar um animal abandonado na rua?
Primeiro, observe se o animal está ferido, magro ou prostrado. Ao tentar o resgate, aproxime-se com calma, sem movimentos bruscos, e ofereça petiscos para ganhar a confiança do animal antes de contê-lo com segurança.
Quais cuidados veterinários devem ser tomados após o resgate?
Após o resgate, o animal deve ser levado ao veterinário para um exame físico, identificação por microchip (se houver), exames laboratoriais como hemograma e testes para doenças infecciosas, além da administração de vermífugo, vacina contra viroses e antirrábica e controle de ectoparasitas.
Como encontrar um lar para um animal resgatado?
Os animais resgatados podem ser encaminhados para feiras de adoção e divulgados em redes sociais. Além disso, é essencial conscientizar sobre posse responsável, realizar entrevistas com os adotantes e promover campanhas de adoção em escolas para reforçar a educação socioambiental e reduzir o abandono.
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