Com o aumento das temperaturas e a seca enfrentada por diversas regiões do país, a saúde dos pets pode ser severamente impactada. O calor intenso, combinado com a baixa umidade, traz riscos como desidratação, queimaduras, problemas respiratórios e até complicações mais graves, como o aumento da pressão sanguínea e o risco de insolação.
Segundo o site de monitoramento IQAir, São Paulo ocupou o primeiro lugar no ranking de qualidade do ar nas primeiras horas da manhã do dia 9 de setembro, com um índice de 162, onde valores mais altos indicam uma piora na qualidade do ar. Por isso, é fundamental que os donos estejam atentos e saibam como proteger seus animais de estimação desses perigos.
Um dos maiores riscos do tempo seco e quente para os pets é a desidratação. Os animais podem não perceber que precisam beber mais água e, sem a ingestão adequada de líquidos, seus corpos podem perder a capacidade de regular a temperatura. A desidratação pode ser grave, levando à fraqueza, letargia e, em casos extremos, à falência de órgãos. Para evitar isso, é importante garantir que seu pet tenha acesso a água fresca o tempo todo e, em dias muito quentes, considerar incluir alimentos úmidos na dieta.
Outro perigo são as queimaduras, especialmente nas patas dos cães. O chão quente, como asfalto ou concreto, pode causar queimaduras nas almofadas das patas, resultando em dor e lesões que podem infeccionar. Segundo Felipe Muniz, professor de Medicina Veterinária da Newton Paiva, em dias mais quentes é recomendado evitar passeios em certos horários do dia, além de ter um cuidado especial com cães braquicefálicos, que têm mais dificuldade em realizar a troca de calor. “O ideal é sempre optar por horários em que o sol já esteja mais baixo e testar a temperatura do solo com a palma da mão antes de levar seu pet para fora. Se o chão estiver muito quente para você, estará também para o seu cão”, explica o especialista.
O aumento da pressão arterial e a insolação são outros perigos silenciosos do tempo seco, já que os pets não suam como os humanos e, portanto, têm mais dificuldade em controlar sua temperatura corporal. A exposição prolongada ao calor pode levar à insolação, uma condição potencialmente fatal. Sinais de alerta incluem respiração ofegante, dificuldade para andar e vômitos. Nessas situações, é crucial levar o animal para um local fresco e buscar atendimento veterinário imediatamente.
As doenças respiratórias também são comuns no tempo seco. A baixa umidade resseca as vias respiratórias, dificultando a respiração, principalmente em raças braquicefálicos. Também existem animais que já sofrem de alguma doença, como a bronquite, que acabam tendo sua saúde agravada em determinados climas. Para minimizar os riscos, mantenha o ambiente úmido com umidificadores de ar ou toalhas molhadas espalhadas pela casa e evite expor os pets a locais empoeirados ou com muita poluição.
Outro ponto importante é o cuidado com a alimentação durante esse período. Muitos pets perdem o apetite em dias quentes, o que pode agravar o risco de desidratação e desnutrição. “Uma dica importante ao notar a falta de apetite nos pets é tentar oferecer alimentos mais leves e ricos em líquidos, além de consultar o veterinário sobre possíveis ajustes na dieta. É importante lembrar de não forçar a alimentação, mas monitorar o comportamento e garantir que o pet esteja consumindo nutrientes adequados”, pontua Felipe.
Além de todos os cuidados físicos, é importante lembrar que o tempo seco pode afetar também o comportamento dos animais, deixando-os mais irritados, letárgicos ou ansiosos devido ao desconforto causado pelo calor. Por isso, manter um ambiente fresco e confortável, além de proporcionar atividades mais leves e em horários adequados, ajuda a manter o bem-estar emocional dos pets. “Com os cuidados certos, como hidratação constante, proteção contra o calor e atenção ao ambiente, é possível garantir que os pets passem por esse período com segurança e bem-estar”, destaca o especialista.
Fonte: Centro Universitário Newton Paiva, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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