Você já se perguntou qual o exame é melhor: o SDMA ou ureia e creatinina diante de uma suspeita de doença renal? Existem diferenças entre eles e quando é melhor solicitar um ou outro, ou ainda, os dois? O médico-veterinário patologista clínico veterinário do Lab Animal, Thiago Augusto Fernandes Costa Ferreira, explica que a diferença mais relevante entre as dosagens de SDMA e de ureia e creatinina e que estudos atuais dão conta é a de que a primeira apresenta aumento de sua concentração sérica quando há perda de cerca de 40% da Taxa de Filtração Glomerular (TFG), em comparação com os cerca de 75% da segunda. Isso permitiria uma intervenção mais precoce para retardar o avanço da doença renal.
“Outra diferença é a de que a SDMA não sofreria influência de dietas ricas em proteínas, processos que levam ao catabolismo proteico (p.ex. febre, jejum prolongado, sepse, entre outros), hemorragias gastrointestinais, e alterações da função hepática, como a ureia, ou da perda de massa magra (p.ex: caquexia, hipertireoidismo), como a creatinina, o que a tornaria um biomarcador mais específico da função renal. Porém os estudos sobre essa molécula na Medicina Veterinária ainda são muito iniciais e mais investigação sobre possíveis influências ainda devem ser realizadas”, afirma.
Segundo Ferreira, a Dimetilarginina Simétrica (SDMA, da sigla em inglês) é um subproduto natural do metabolismo proteico intranuclear de todas as células do organismo e, devido seu baixo peso molecular e carga positiva, é filtrada livremente pelos glomérulos renais. “Essa característica a torna um importante biomarcador da função renal, visto que sua produção é constante, 90% de sua concentração é eliminada pelos rins, sua concentração sérica é inversamente proporcional à TFG e positivamente correlacionada com a concentração de creatinina sérica”, diz.
Ainda segundo ele, a ureia é uma molécula produzida pelo metabolismo hepático de aminoácidos e da amônia e é a principal forma de eliminação de nitrogênio nas espécies animais. “Por ter baixo peso molecular, também é filtrada livremente pelos glomérulos. Ela pode sofrer reabsorção passiva nos túbulos proximais e ativa nos túbulos coletores. Uma porção da ureia é excretada pelas glândulas salivares e pode ser degradada em amônia por bactérias do trato gastrointestinal, podendo esta ser reabsorvida e reconvertida em ureia pelo fígado. A creatinina é um produto da degradação da creatina e creatina fosfato, moléculas com função de armazenamento de energia em músculo esquelético. Sua produção é relativamente constante e é livremente filtrada pelos glomérulos sem sofrer reabsorção”, conta.
Saiba mais detalhes sobre as diferenças entre os exames na reportagem da edição de janeiro da C&G VF. O acesso é gratuito, clique aqui.
Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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