Os cuidados que um pet exige, o compromisso em cuidar, as viagens de férias, o hotel para o bichinho, a higiene do local, os móveis roídos e outros tantos motivos estão nas listas dos pais para evitar presentear a criança com um animal de estimação.
Mas, hora ou outra, chega o questionamento: dá para realizar essa vontade nesse ano ou é preciso esperar mais um tempo? Para tentar equilibrar o peso dessa balança e chegar em um consenso, algumas tarefas educativas podem ser divididas com crianças maiores — sob supervisão de adultos.
Tais rituais podem contribuir para o público infantil entender melhor a relação entre pessoas e animais de estimação, assim como as responsabilidades de ter uma criatura viva e cheia de necessidades debaixo do mesmo teto.
E a pergunta seguinte é essa: será que as crianças da casa já estão preparadas para encarar esse desafio?
Horário para comer: Uma pessoa até pode ficar mais tempo na cama aos finais de semana e não tomar café da manhã, mas saiba que pular uma refeição, para o pet bebê, é motivo de grande angústia. Em idade de crescimento, filhotes necessitam de rotina quando o assunto é comida e alguém na casa terá que se comprometer em acordar e oferecer alimento ao animal. Existem comedouros automáticos, mas não são todas as famílias que têm essa facilidade.
Limpeza de dejetos: Cachorro e gato, quando filhotes, fazem muita sujeira, misturando brinquedos com água e rasgando cobertores. O cheiro de fezes e urina complica tudo. Aliás, odores são os grandes vilões que, se não impedem, retardam a chegada do pet na família. Todas as manhãs alguém tem que limpar essa sujeira que, às vezes, também ocorre de tarde e de noite em função das brincadeiras do bichinho.
Educar onde fazer xixi: Seja na rua ou em dentro de casa, ensinar um pet o lugar exato de fazer xixi pode exigir bastante dedicação. Alguns até vêm de seus canis sabendo o que é um tapete higiênico, o que facilita a vida do novo tutor, mas cães provenientes de abrigo podem achar sua casa um penico gigante e exigir, em um primeiro momento, que alguém leve o pet para aliviar a bexiga sobre a terra ou grama cinco vezes por dia quando filhote.
Ficar sozinho em casa: Alguns pets podem ter o complicado costume de uivar ou fazer “aquele” estrago em móveis e acessórios quando ficam sozinhos em casa. Esse costuma ser o pavor número dois de quem não quer ter animais em casa, perdendo apenas para o odor.
Para complicar, sempre tem um vizinho de porta para conferir mais peso à situação. Para reduzir esse conflito, é bom saber se esse mascote já tem o costume de ficar sozinho. Se ele sair do ninho quentinho em que dormia com os irmãos, os cuidados serão redobrados. Algumas raças são reconhecidamente bagunceiras e isso perdura por longos dois anos. O labrador é um deles.
Banho: Banhar um mascote não é tarefa para qualquer um. Banho exige um pouco de técnica ou o resultado será apenas molhar o animal com água (e se for peludo ficará com odor ainda mais forte do que se não tivesse tomado banho). O ritual exige paciência e comprometimento, o que nem todos os tutores conseguem ter, razão pela qual pipocam tantas petshops por aí.
Crianças podem achar divertida a molhaçada proporcionada pelo banho do mascote, mas os cuidados são constantes e isso inclui não lavar os ouvidos. Por conta disso, banho no mascote segue sendo tarefa de adulto por um longo tempo.
Hospedagem: Para aqueles que, por qualquer motivo, não podem estar sempre acompanhados de seus mascotes nas férias escolares, é necessário levar uma conversa séria com a tia, a sogra ou a babá das crianças. Alguém terá que ficar duas semanas com os mascotes nas festas de final de ano. E não vale desistir depois. Ainda que o pet fique em hotelzinho, uma passagem prévia se faz necessária para ele não ficar triste ou assustado demais na primeira vez em que pernoitar fora do lar.
E, se a chegada do mascote for agora, no dia 12 de outubro, lembre-se de que ele ainda será filhote no Natal e talvez não tenha todas as vacinas necessárias exigidas por um hotel para animais. Por conta disso, terá que ficar com outra pessoa.
Lembre-se: a responsabilidade é do adulto
Para quem está pensando em acolher um animal de estimação em casa, não conte com a colaboração de crianças para cuidar dele. Cabe lembrar que um pet mal ajustado à família torna-se um potente candidato a ser um animal doado para terceiros, pessoas que perdem, dessa forma, a chance de educar o filhote desde cedo dentro dos moldes de sua família.
Pense nisso. Adote consciente. Crianças amam brincar com animais e pode ser gratificante e até divertidíssimo compartilhar a vida com eles. Contudo, a responsabilidade sobre o bem-estar animal segue sendo uma tarefa destinada ao público adulto.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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