Cláudia Guimarães, da redação
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“A saúde mental é o eixo do nosso corpo, que rege toda nossa estrutura emocional, física e mental”. É assim que a psicóloga e psicopedagoga, Tatiana Assis Conti, introduziu o tema a ser retratado neste Dia da Saúde Mental, aqui em nosso portal de notícias.
Ela lembra que, quando estamos em desequilíbrio mental, nosso corpo é afetado e é aí que surgem diversos sintomas físicos. “Para poder colocar a mente em contato, novamente, é necessário ter um diagnóstico assertivo e seguir um tratamento psicológico”, indica. Esse alerta serve, ainda mais, aos médicos-veterinários, que, por atuarem dentro de uma profissão que exige muito deste profissional, podem acabar tendo a mente desequilibrada.
Tatiana explica que, quando uma pessoa tem um diagnóstico de saúde mental, é preciso identificar a causa e tratar, de forma particular, o que afeta toda sua estrutura. “Esses problemas podem ser diversos, entre ansiedade, depressão, estresse mental, perturbações psicóticas, entre outros. Nossa mente, em muitos casos, pode ocasionar alguns sintomas físicos que afetam nosso cotidiano, tais como: nosso sistema imunológico é um dos principais fatores da defesa do organismo, aumentando e diminuindo estes hormônios, atingindo o nosso sistema nervoso central”, discorre.
Mas a psicóloga destaca que cada indivíduo tem uma condição física e mental diferente, “Quando a engrenagem deste mecanismo está desalinhada com o resto do corpo, a mente enfrenta um processo diferente de se recompor e, aqui, friso, que cada pessoa tem um tempo de maturação e entendimento do processo, a ação e reação de cada um para poder alinhar, novamente, mente e corpo depende da condição física e do caso específico do seu diagnóstico”, indica.
Segundo a profissional, o melhor tratamento é encontrado com ajuda psicológica, psiquiátrica, ou de alguém especializado na área. “Quanto antes, melhor! Nunca feche os olhos diante destas situações, pois, na maioria dos casos, são doenças e devem ser tratadas com muita agilidade para não desenvolver outros sintomas mais graves”, alerta.
Se cuidar para cuidar
Os médicos-veterinários e outros profissionais devem procurar um equilíbrio emocional, de acordo com Tatiana, por meio de razão e emoção. “É preciso evitar vivenciar os problemas que chegam até você nas clínicas e hospitais e buscar soluções. Crie novos hábitos em seu cotidiano, introduzindo coisas novas. Dessa forma, seu cérebro começa a absorver melhor seus sentimentos e sensações. Cuidar da sua saúde mental é fundamental para cada profissional, ter uma boa alimentação, tomar, no mínimo, três litros de água por dia… Tudo isso ajuda na oxigenação do cérebro, essencial para nossa sabedoria e equilíbrio. Exercícios físicos também são bem-vindos. Invista numa terapia, tenha noites de sono tranquilas”, aconselha.
Quando um profissional lida com vidas, seja de um ser humano ou um animal, sofre impactos emocionais, pois age em sua profissão com amor, conforme observado pela psicóloga. “Todos temos sentimentos, principalmente, quando olhamos para algum pet sofrendo, isso nos comove profundamente, mesmo sendo habilitado a todas as demandas, ainda assim, pode despertar uma fraqueza emocional e nos levar a uma angústia profunda. No entanto, estes impactos não podem ser maiores que a sua excelência profissional. Ver seu esforço, empenho e dedicação é o melhor remédio para não nos deixar abalar”, comenta.
O desgaste emocional quando um pet está sofrendo não fica limitado ao médico-veterinário. Os tutores de animais de companhia também podem sofrer, especialmente, pela perda de um deles. Em relação a isso, a profissional de saúde mental declara que a melhor forma de superar a dor, neste caso, é trazer um novo membro à família. “Eu tenho diversos cães e, ano passado, perdi três em sequência, cada um com uma doença diferente. É dolorido demais, nada vai substituir o que você viveu com seus pets, a lembrança deve ser algo memorável, mas, quando vivenciamos muito o luto, abrimos feridas graves em nosso emocional e isso gera consequências na nossa saúde mental, nos arrasta, infinitamente, a um sofrimento amargo, e profundo e criamos outras doenças, automaticamente, sem perceber. Algumas pessoas têm fortes crises de depressão, por isso sugiro trazer outro pet para casa, dessa forma, sua alegria será contagiante e você entenderá o luto de forma saudável”, aconselha.
A psicóloga ainda adiciona que cada tutor precisa entender o que seu pet representou em sua vida e como afetou a sua rotina sem ele à sua volta. “Se esta ausência é algo significativo demais, deverá procurar ajuda psicológica para entender a perda e seguir em frente. Não existe um tempo de processamento do luto, já que cada indivíduo precisa assimilar sua dor e, depois, seguir em frente. Esconder seu sentimento não é o melhor remédio para si. Chore, lembre dos momentos de alegria, olhe para você, entenda como estar passando por isso é doloroso demais. O luto é um processo que cada um deve vivenciá-lo, mas arrastá-lo é torturar sua saúde mental”, salienta.
Segundo Tatiana, existem diversas maneiras de evitar sofrimento mental e desgastes emocionais, para isso, precisamos desenvolver nosso cérebro para ter a captação de percepção e intuição. “Tudo que acontece no seu cotidiano aflora seus sentimentos. Conseguir identificar melhor cada sensação à sua volta ajuda demais a evitar danos à saúde mental. Olhe para o dia com mais firmeza e clareza. Nem sempre enxergamos, de fato, o que está ao nosso redor. O mais importante é nunca desistir de você mesmo, para isso, você precisa criar novos hábitos, buscar, na simplicidade das coisas, a sua felicidade interna, parar de se preocupar com tudo à sua volta e focar, realmente, no que importa, no que é fundamental”, encerra.