“Aqui, temos que superar nossos limites”, destaca Érica Vidal de Almeida
Cláudia Guimarães, em casa
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Tão natural quanto escolher uma profissão é, também, o desejo de atuar em determinada área dela. Muitas vezes, os planos podem mudar no meio do caminho, que é longo, e, quem sabe, nos primeiros passos, faltem inspirações suficientemente necessárias para se decidir qual rumo seguir. Hoje, apresentamos um pouco de como é o trabalho da Medicina Veterinária Militar, que é homenageada nesta data. Quem sabe não está aí seu futuro, não é?!
A 1ª Tenente Veterinária do Exército Brasileiro, Erica Vidal de Almeida, que está no Exército desde 2014, conta que existem duas formas para entrar como médico-veterinário nesta Força Armada: “Pode ser como veterinário de carreira, onde fazemos uma única prova; e como veterinário temporário, onde podemos ficar por, no máximo, até 8 anos”.
Para isso, é preciso que o candidato tenha especialização em uma das áreas exigentes (pequenos ou grandes amimais, silvestres ou inspeção de alimento de origem animal). “Fazemos uma prova, temos nosso currículo analisado e passamos por uma entrevista (pode variar a forma de seleção por região militar). Durante os 8 anos de veterinário militar, podemos prestar a prova para veterinário de carreira, assim como também quando terminar o tempo de serviço temporário. No meu caso, entrei com a Especialização em Inspeção de Alimentos de Origem Animal”, revela.
A profissional lembra que, quando entrou para o Exército, foi para o quartel de cavalaria, em Pirassununga (SP), no 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado. “Lá, servi por dois anos, exercendo atividade de clínica médica de grandes animais e atividades militares. Após dois anos, fui para o 21º Depósito de Alimentos, em São Paulo (SP), onde exerci a função de veterinária no Laboratório de Inspeção de Alimentos e Bromatologia e fazia análises físico químicas e microbiológicas de todos os alimentos que seriam distribuídos âmbito 2ª Região Militar. Permaneci nesse quartel por quatro anos e, atualmente, me encontro no Quartel General do Ibirapuera”, narra.
Desafios do trabalho. Quando questionada se existe alguma dificuldade em ser mulher em um ambiente onde o sexo masculino é predominante, a Tenente Veterinária não hesita: “Existem dificuldades em ser mulher, aqui, como em todos os outros trabalhos”. Porém, é essa carreira de militar que lhe proporciona um de seus maiores prazeres: o desenvolvimento pessoal. “Aqui, temos que superar nossos limites, medos, crenças, porque, em primeiro lugar, somos militares e, em segundo lugar, médicos-veterinários”, salienta.
Érica se sente muito realizada, pois sempre foi um sonho entrar para as Forças Armadas: “Dentre as 3 forças (Exército, Marinha e Aeronáutica), o Exército sempre foi a que eu sonhava em atuar e junto da minha profissão. É uma experiência incrível”, afirma e, assim, acredita que a palavra que melhor define ser uma veterinária militar é “superação”. “Dentro do Exército, realizamos diversas atividades de veterinária que são multidisciplinares, além das atividades militares. Então, todos os dias, temos que nos reinventar nessa profissão e abrir a mente para estar sempre preparado a aprender coisas novas”, compartilha.
Como mencionado pela profissional, médicos-veterinários do Exército Brasileiro podem atuar com pequenos e grandes animais, animais silvestres e higiene e inspeção de produtos de origem animal. Atualmente, Erica trabalha no Quartel General da 2ª Região Militar, como Chefe da Remonta e Veterinária e Chefe do Programa de Auditoria e Segurança Alimentar do Exército.