Um assunto que tem se tornado manchete de maneira recorrente nos meios de comunicação, é referente aos casos de acúmulo de animais de companhia, principalmente em situações insalubres. Com isso a Universidade Federal de Minas Gerais publicou um material no site oficial da instituição, onde explica, com o auxílio da professora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola (DMVP), Danielle Ferreira, sobre a transtorno de acumulação de animais e suas consequências.
Segundo a publicação, o acúmulo de animais é configurado quando o indivíduo tem um número acima do ideal para as condições saudáveis, causando problemas de alimentação, espaço e acesso aos cuidados especializados. Também é constatado que o indivíduo possui dificuldade em receber ajuda externa e se desfazer dos animais.
Como declara a Universidade, só em Belo Horizonte, é estimado que ocorra cerca de 400 casos por ano e de acordo com Danielle Ferreira, as condições em que os animais são encontrados, são as mais diversas possíveis, como animais mutilados, com doenças de pele, magros e com transtornos comportamentais. “Existem casos de pessoas que mantêm animais mortos na casa, pois elas não conseguem desfazer nem dos corpos”, contextualizou.
A professora ainda levanta que há uma grande dificuldade em realocar os pets encontrados. “Pouquíssimas instituições de proteção animal têm capacidade para receber um número elevado. Geralmente é feito um acordo com a família do indivíduo para que façam mudanças importantes na infraestrutura do local, como canis cobertos, a separação de machos e fêmeas”, afirmou.
Perante os indivíduos portadores do transtorno, a UFMG explique que apesar de gostarem dos animais, os mesmos não possuem capacidade psicológica, estrutural e financeira para cuidar, por isso é preciso intervir. Indicando, mesmo que em quantidade diminuta, a necessidade de internação, e que em casos mais leves, o ideal é que a pessoa continue na casa, mas com acompanhamento medicamentoso, profissional, terapia, e visitas periódicas de especialistas.
No entanto, o problema não afeta apenas a pessoa com o transtorno, mas como declara o texto, os acumuladores de animais representam um problema de saúde pública, onde a família, os vizinhos, a comunidade e os próprios animais sofrem com as consequências sanitárias. As condições insalubres facilitam a ocorrência de zoonoses, mau cheiro, poluição sonora, e outros problemas, o que geralmente afeta a saúde dos vizinhos, acarretando denúncias e intervenções.
Em Belo Horizonte, os órgãos públicos responsáveis pelos casos de acumuladores de animais são a Gerência de Vigilância de Zoonoses, a Secretaria de Meio Ambiente e a Equipe de Saúde da Família. Todos atuam para ajudar os indivíduos que sofrem da doença e os animais, como afirma a UFMG.
Perante a participação da Universidade a professora ressalta “a UFMG é fundamental para fomentar pesquisas, trazer conhecimento para esse assunto, pois é um assunto pouco discutido no Brasil”. Ainda segundo ela, é de extrema importância oferecer capacitação aos profissionais para lidar com essas situações.
Portanto, a Universidade também levanta que é importante compreender o papel que a instituição promove referente a capacitação de vários profissionais que podem atuar na resolução dos casos de acumuladores de animais, como médicos veterinários, profissionais da saúde, do meio ambiente e de vigilância sanitária. O que pode ser entendido como parte do retorno que as instituições públicas dão à sociedade.
Fonte: UFMG, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.