Próximo passo é treinar esses animais para diferenciar Covid-19 de gripe
Oito cães das forças armadas alemãs treinaram durante apenas cinco dias para conseguir identificar o coronavírus em humanos. De acordo com um estudo da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, na Alemanha, os cães ‘farejaram’ a saliva de mais de mil pessoas, tanto saudáveis como infectadas, e conseguiram identificar o coronavírus com uma taxa de sucesso de 94%.
“Pensamos que isto funciona porque os processos metabólicos no corpo de um doente são completamente alterados e acreditamos que os cães são capazes de detectar um cheiro específico das alterações metabólicas que ocorrem nesses doentes”, explicou a professora da Universidade de Hannover, Maren Von Köckritz-Blickwede.
A iniciativa para treinar cães com o objetivo de detectar a Covid-19 partiu de um grupo de investigadores britânicos em colaboração com a instituição de solidariedade social Medical Detection Dogs. Vários cientistas defendem que cada doença pode ter um determinado odor associado, o que faz com que, por todo o mundo, cães de serviço sejam treinados para ajudar pacientes com condições tão diversas como câncer, diabetes ou até ansiedade.
Segundo os investigadores britânicos, pode, também, ser o caso da nova doença por coronavírus. A primeira fase do ensaio britânico foi concluída em maio, com seis cães de detecção médica, que foram submetidos a um treino minucioso para identificar o vírus a partir de amostras. Os seis cães escolhidos para participar nos ensaios – Digby, Jasper, Storm, Asher, Star e Norman – estão sendo treinados pela Medical Detection Dogs, em Milton Keynes, e os testes estão sendo positivos, de acordo com a instituição.
No início de julho, a cofundadora e chefe executiva da instituição, Claire Guest, tinha referido que os cães já mostravam sinais de que seriam capazes de farejar o vírus. “O estudo está avançando muito bem e os sinais são todos realmente positivos”, disse Guest, citada no site da BBC.
Norman, Digby, Storm, Star, Jasper e Asher serão treinados para farejar o vírus em máscaras de proteção utilizadas pelo pessoal do serviço nacional de saúde britânico, em Londres. Os cientistas pretendem analisar se os cães vão conseguir distinguir as amostras positivas das negativas e alertar os treinadores.
Segundo a professora Maren Von Köckritz-Blickwede, no caso do estudo alemão, o próximo passo será treinar cães para diferenciar amostras de Covid-19 de outras doenças, como a gripe. Este estudo foi realizado em conjunto com as Forças Armadas alemãs, Faculdade de Medicina de Hannover e Centro Médico Universitário de Hamburg-Eppendorf.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
