A atividade física é essencial para a saúde e para o bem-estar não só dos humanos, mas, também, dos animais de companhia. Um passeio aqui, uma brincadeira acolá são hábitos saudáveis que os médicos-veterinários devem indicar para que os tutores ofereçam aos seus pets. Mas, indo além disso, existem esportes em que os cães podem trabalhar, ainda mais, sua energia e seus músculos. É o caso do canicross.
De acordo com a médica-veterinária e diretora da Associação Brasileira de Canicross e Esportes Similares (Abcaes), Maria Eduarda Bicca Dode, o canicross é uma modalidade de corrida em que um cão e um humano correm juntos, unidos por uma guia elástica, com o cão tracionando à frente com um arnês (peitoral de tração). “Cães de todas as raças, formas e tamanhos podem praticar canicross, desde que gozem de boa saúde e tenham respeitados os seus limites individuais. É um esporte bastante seguro e com baixo índice de lesões. Para competir em provas oficiais de canicross, é necessário que o cão tenha, no mínimo, 12 meses de idade”, explica.
Apesar de esse tipo de atividade contribuir para o bem-estar dos animais, por outro lado, alguns animais podem ser acometidos por problemas de saúde por conta do esforço físico. “Por ser uma modalidade ainda recente, surgindo na Europa na década de 80, como alternativa de treino para os cães de trenó, ainda não se tem um monitoramento de efeitos deletérios a longo prazo, salvo algumas publicações sobre lesões de dígitos que acometem alguns cães em todas as modalidades de mushing (esporte onde o cão corre tracionando à frente). Todavia, observa-se que o canicross é um esporte onde a maioria dos cães costuma ter uma vida competitiva longa e livre de qualquer lesão”, garante.
No entanto, lesões ainda podem ocorrer, portanto, uma consulta inicial com um médico-veterinário é indispensável, na visão de Maria Eduarda, para que ele possa avaliar o estado geral do animal e descartar alterações como displasia coxofemoral e de cotovelo, que, caso presentes, infelizmente, impedirão a realização de tal atividade.
A médica-veterinária e professora de Fisiatria e Reabilitação Veterinária, da Faculdade Qualittas, Stella Helena Sakata, também informa que treinos extenuantes podem causar degradação da cartilagem do quadril, principalmente. “Também podem ocorrer lesões em fáscia, que podem ser causadas pela má execução de um exercício, mau apoio ou pela ação de um arnês, entre os problemas, destacam-se contraturas, tendinites, lesão ligamentar, efusão extra e/ou intra-articular”, enumera.
Além de problemas articulares, Maria Eduarda conta que é comum observar algumas ocorrências de problemas com manutenção da temperatura corporal e lesões nos coxins. “A exaustão pelo calor e a insolação é uma preocupação real, principalmente durante os meses mais quentes, quando os cães podem superaquecer, podendo, inclusive, ser fatal. Raças braquicefálicas correm um risco ainda maior, porque têm sua termorregulação prejudicada. Por isso, deve-se evitar correr nos horários mais quentes do dia, diminuir a carga de exercícios ou mesmo não praticar, de acordo com as condições climáticas apresentadas”, explica.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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