A Animal Welfare Foundation (AWF – Fundação para o Bem-Estar dos Animais) encomendou um estudo que realçou falhas dos tutores em termos de conhecimento das necessidades de bem-estar dos animais de companhia.
Segundo a diretora do Centro Internacional Jeanne Marchig de Educação para o Bem-Estar dos Animais da Universidade de Edimburgo, na Escócia, Cathy Dwyer, alguns potenciais tutores de animais não pensam muito, nem fazem muita investigação antes de adquirirem um animal de estimação e, por vezes, têm pouco conhecimento real sobre o comportamento normal, respostas e até hábitos alimentares, além dos custos potenciais dos seus animais de estimação.
De acordo os peritos, embora a informação estivesse disponível e fosse do conhecimento de investigadores ou veterinários, nem sempre era comunicada adequadamente e compreendida pelos tutores de animais. O estudo revelou, ainda, a existência de barreiras externas que podem impedir os cuidados adequados, como questões econômicas, tempo e restrições de acesso. “Há, também, muita informação contraditória para os proprietários, especialmente na área da formação, pelo que pode ser difícil para os proprietários ter a certeza de que estão tendo acesso a informação de boa qualidade. Para os tutores que herdaram conhecimentos ou quando estes foram transmitidos ao longo de gerações, a informação pode estar desatualizada, mas pode ser difícil alterar essas abordagens”, reitera Cathy.
Liderado por investigadores da Royal (Dick) School of Veterinary Studies, da Universidade de Edimburgo, o estudo utilizou uma técnica ‘Delphi’ modificada para identificar as questões mais urgentes de bem-estar dos animais de produção e companhia no Reino Unido.
Além de 144 especialistas – entre médicos-veterinários em funções, acadêmicos, funcionários do setor solidário, representantes da indústria e responsáveis políticos –, o estudo envolveu 10 grupos de espécies, incluindo gatos, coelhos, cães e cavalos.
“Os recursos para investigação em questões de bem-estar animal são limitados e o objetivo deste trabalho era destacar os que eram mais significativos para os animais em questão. Ele ajudará a orientar onde a Fundação para o Bem-Estar dos Animais dirige os seus esforços no futuro e esperamos que o faça, também, para outros organismos de financiamento e investigadores”, explicou o presidente da AWF, Chris Laurence.
Para ele, a esperança é que seja possível continuar abordando as principais preocupações levantadas neste documento. “Este é um trabalho incrivelmente complexo, que proporciona a outras profissões do mundo da saúde e bem-estar animal uma base firme para abordar algumas das suas conclusões”
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.