Cláudia Guimarães, em casa
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Uma desordem do trato urinário, proveniente de formação de cristais e de cálculos que se agrupam de forma sólida. Essa é a definição da urolitíase explicada pela médica-veterinária e supervisora de Assuntos Veterinários da Hill’s Pet Nutrition, Brana Bonder. Ainda segundo ela, esses materiais cristalinos podem se formar em um ou mais locais no trato urinário do animal, quando a urina fica supersaturada com substâncias litogênicas. “O material também pode ser composto de um ou mais tipos de minerais”, adiciona.
Brana informa que os tipos de urólitos mais comuns em cães e gatos são de estruvita e oxalato de cálcio (OxCa). “De acordo com os dados do Minnesota Urolith Center, instituto referência em análise e recomendações de tratamento, de todos os cálculos urinários de cães submetidos para análise no ano de 2020, 40% eram de estruvita e 34,5% de OxCa. Já em gatos, 52,3% dos urólitos eram de estruvita e 35,8% de OxCa”, aponta.
A profissional declara que a urolitíase não deve ser vista como uma doença única, mas, sim, como uma síndrome, pois ela é consequência de inúmeras desordens que podem acometer cães e gatos. “Em alguns casos, essas enfermidades primárias podem ser identificadas e corrigidas, como uma infecção urinária. Por outro lado, há causas que podem ser identificadas, mas não corrigidas como, por exemplo, há raças que são predispostas à formação de cálculos, ou, até mesmo, há casos nos quais a doença subjacente não é conhecida. Com isso, tratar as urolitíases se torna um desafio na rotina”, destaca.
Tutores e veterinários, atenção!
Alguns sinais que podem ser percebidos pelos tutores, de acordo com a veterinária, são: dificuldade para urinar, sangue na urina, tentativas frequentes de micção e micção em lugares incomuns (fora do habitual). Notado algum desses sinais, é hora de levar o pet ao médico-veterinário!
Na clínica, segundo Brana, a adversidade do veterinário está relacionada com diagnóstico da doença de base. “Algumas causas não podem ser tratadas e determinados tipos de cálculos, como o de oxalato de cálcio, têm alta recidiva. A recorrência de OxCa pode ser de 50% dos casos em, aproximadamente, 2 anos. Assim, outro desafio é estabelecer o manejo para prevenção”, revela.
Em relação ao tratamento, Brana afirma que vai depender do tipo de urólito que o paciente apresenta. “O cálculo de estruvita é comum nos cães com infecção do trato urinário, principalmente na presença de bactérias produtoras de urease. Contudo, nos felinos, a forma estéril ocorre com maior frequência. Em cães com infecção urinária, é primordial o uso correto de antibioticoterapia até a completa dissolução do urólito, já que algumas bactérias ficam presas ao urólito e, à medida em que o urólito se dissolve, as bactérias são liberadas na urina. Esse tipo de cálculo é passível de dissolução com auxílio nutricional”, frisa.
O alimento, de acordo com a supervisora de Assuntos Veterinários da Hill’s Pet Nutrition, deve conter teores controlados de fósforo e magnésio, já que são componentes primários do urólito. “Além disso, a dieta deve promover um pH urinário mais acidificado, pois a estruvita é formada em pH alcalino”, complementa.
Em contrapartida, Brana comenta que não há estratégias terapêuticas que promovam a dissolução do urólito de oxalato de cálcio e estes precisam ser removidos cirurgicamente. “Sendo assim, é preciso estabelecer estratégias de prevenção de recidivas por meio do suporte nutricional. A hipercalciúria, dietas com excesso de sódio e vitamina D, contribuem para a formação do OxCa. Com isso, os alimentos devem ter teores controlados desses nutrientes (cálcio, sódio e vitamina D) para reduzir a concentração de cálcio e oxalato na urina, assim como limitar a acidez urinária”, explica.
Brana ainda reforça que, independentemente do tipo de urólito, promover a diluição urinária é a estratégia primária para ajudar na dissolução e prevenir recidivas. “Assim, recomenda-se implementar um manejo que aumente a ingestão hídrica para que a densidade urinária do cão fique abaixo de 1020 e gato 1030”, orienta.
Boa nutrição como prevenção
Brana compartilha que a supersaturação urinária é um ponto em comum para a formação dos urólitos, independentemente da sua composição. Por isso, promover maior ingestão hídrica é ponto chave. “Nesse sentido, a utilização de alimentos úmidos colabora para promover a diluição da urina do animal”, instrui.
A Hill’s possui uma linha específica para cuidado urinário que oferece suporte nutricional no tratamento de diversos tipos de urolitíases, como comentado pela profissional.
“O alimento Hill’s c/d Multicare é indicado para dissolução de cálculos de estruvita e ajuda na prevenção de estruvita e oxalato de cálcio. O alimento possui teores controlados de cálcio, magnésio e fósforo, com adição de ômega 3 e antioxidantes. Além disso, promove a dissolução do urólito em 7 dias (média de 27 dias). Para gatos, esse alimento também é indicado em casos de cistite idiopática felina. De forma complementar, temos o alimento Hill’s c/d multicare stress para gatos, que possui L-triptofano e caseína hidrolisada que ajudam no manejo do comportamento do estresse”, indica.
Especificamente para gatos, Brana insere que o alimento Hill’s s/d é indicado exclusivamente para a dissolução de cálculos de estruvita e doença do trato inferior de felinos. “Este alimento é clinicamente comprovado em reduzir o tamanho do urólito em 6 dias, com dissolução completa em 13 dias”, descreve.
De forma adicional, Brana ainda cita que a Hill’s possui alimentos para cães com urólitos não estruvita, como cistina e urato, a Hill’s u/d.