Durante uma consulta de rotina, o médico-veterinário pode detectar condições que afetam a saúde do gato muito antes de serem perceptíveis, o que torna possível serem tratadas antes de ficarem mais graves e exigir recursos e procedimentos mais caros e invasivos. Daí a importância dos check-ups preventivos. Além disso, o felino é considerado idoso a partir dos 7 anos e, por isso, os exames preventivos são uma parte crucial de um estilo de vida saudável desde filhote.
Embora seja um pet consideravelmente popular no Brasil, os cuidados com os gatos ainda são pouco conhecidos pelos tutores. Muitos idealizam que o felino é um animal extremamente independente e que, por demorar a apresentar sintomas quando algo não está bem, não precisa de tantos cuidados médicos. Mas, a verdade é que os gatos têm suas peculiaridades e um perfil totalmente diferente de um cão. Por isso, a Royal Canin está liderando um movimento global – a campanha “Meu Gato no Vet” – para conscientizar as pessoas sobre a importância da saúde preventiva dos felinos.
Para impulsionar essa causa, a marca firmou parceria com a American Association of Feline Practitioners e a International Society for Feline Medicine e se tornou patrocinadora do programa Cat Friendly Practice no Brasil, de modo que mais pessoas possam conhecer as melhores práticas relacionadas aos cuidados com os felinos. Para trazer mais entendimento sobre o tema, a médica-veterinária e gerente de Comunicação Científica da Royal Canin Brasil, Natália Lopes, elencou os principais motivos para tutores considerarem uma clínica cat friendly para as consultas do seu gato.
O principal é oferecer menos estresse dos pacientes felinos. Diversas boas clínicas e hospitais veterinários em todo o País prestam atendimento tanto para cães como para gatos. Não é incomum que as duas espécies coexistam no mesmo ambiente, como a sala de espera da clínica, ou mesmo que um gato entre para uma consulta logo após o veterinário ter atendido um cão. Esse tipo de situação, seja pelo contato visual ou o cheiro de uma outra espécie, pode gerar desconforto para o felino.
Dividir o espaço com um cão na sala de espera da clínicapode gerar desconforto para o felino (Foto: reprodução)
A dificuldade e estresse do gato por conta do ambiente acaba influenciando, muitas vezes, o tutor a postergar os check-ups preventivos – isso sem falar nos casos em que alguns sequer voltam a fazê-los. Uma pesquisa mundial da Royal Canin revelou que 66% dos tutores de gatos agendariam consultas com mais frequência se a experiência na clínica veterinária fosse mais agradável para o animal. Além disso, 31% dos respondentes disseram ficar tensos ao planejar uma visita ao veterinário e 22% adiaram uma visita para evitar o estresse de seu gato ainda que 75% dos tutores confiem no profissional.
Procurar por uma clínica com o selo Cat Friendly Practice pode melhorar ambas as experiências do tutor e do gato. Isso, segundo Natália, poderá ajudar na manutenção dos check-ups regulares, refletindo em mais bem-estar, saúde e longevidade para o pet. Outro ponto é: o respaldo de um veterinário é essencial. Mas, um bom tutor também procura entender melhor sobre o seu pet. “Saber como é o melhor jeito de lidar com o felino, que vai desde a preparação do ambiente, métodos de adestramento, além de compreender a importância da saúde preventiva para uma espécie que demora a apresentar sintomas, gera inúmeros benefícios – tanto para a saúde do animal como para a satisfação e confiança do tutor”, comenta a veterinária.
No site oficial do programa Cat Friendly Practice, é possível encontrar guias práticos, separados por temas, como “Vacinas para o seu gato”, “Levando seu gato ao Veterinário” e “Como eu sei que meu gato está sentindo dores”. Os materiais estão disponíveis para download em português. Acessando o site, o tutor também encontra vários outros conteúdos para entender o nível de detalhamento e cuidado que a Cat Friendly Practice e a American Association of Feline Practitioners possuem para poder orientar clínicas, hospitais, profissionais de saúde animal e tutores.
Detalhes que fazem a diferença. O conceito Cat Friendly significa entender as situações e o ambiente por meio do ponto de vista do gato. Além disso, ser gentil, amigável e oferecer um atendimento adaptado às necessidades dos felinos nas clínicas veterinárias, entendendo suas especificidades. “Esta prática envolve adaptações na sala de espera, consultório e áreas de internação e, especialmente, a preparação e treinamento da equipe veterinária e de apoio, como recepcionistas, por exemplo”, cita.
O selo certifica clínicas e hospitais veterinários que praticam em sua rotina os requisitos de estrutura, educação e de atendimento para gatinhos. Por meio da melhor compreensão dos comportamentos naturais e respostas previsíveis desta espécie, é possível integrar o gato em seu papel de paciente. A experiência com o programa Cat Friendly Practice, já aplicado em diversas clínicas em todo o mundo, demonstrou uma taxa de sucesso de mais 90%, garantindo satisfação tanto para a clínica, o tutor e, claro, os gatos.
Com mais pessoas conscientes da importância da saúde preventiva e do correto manejo para melhor atender as necessidades específicas dos gatos, juntos, tutor e veterinário podem decidir como oferecer os melhores cuidados, reunindo-se pelo menos uma vez por ano – vale saber que filhotes e idosos necessitam de uma frequência maior – para conversar sobre o felino e quaisquer mudanças que ocorreram em sua vida. Por isso, o próprio tutor pode conversar com o seu Médico-Veterinário de confiança sobre a existência do selo Cat Friendly Practice caso ele desconheça.
Hoje, no Brasil, apenas 27 clínicas contam com a certificação outorgada pela AAFP. “Crescer esse número representa mais gatos recebendo as melhores práticas voltadas especificamente aos felinos. Uma pesquisa global da American Association of Feline Practitioners, realizada em 2019, mostrou que 98% das clínicas mundiais que contam com a certificação dizem estar satisfeitas com o programa de Cat Friendly Practice e 97% indicariam para outros veterinários a busca pelo selo”, compartilha a executiva.
O levantamento, segundo ela, ainda revelou que 90% tiveram impacto positivo na dinâmica da equipe ao manusear, tratar e cuidar dos gatos. Além disso, a participação no programa fez com que 91% dos profissionais se aprofundassem no conhecimento específico da espécie e 82% das clínicas disseram ter tido aumento no número de consultas, fruto do melhor desempenho no cuidado com os felinos.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.