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Clínica e Nutrição, Destaques

Veterinária cita as principais doenças oculares que acometem os animais de companhia

Por Equipe Cães&Gatos
dia do oftalmologista
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

Assim que terminou a residência em cirurgia de pequenos animais, na Universidade Estadual Paulista (Unesp, Botucatu-SP), surgiu o interesse em se especializar em Oftalmologia Veterinária. Esse é o início do trajeto da médica-veterinária responsável pelo serviço de oftalmologia, da Inova Hospital Veterinário, Cristiane Estanislau, nossa entrevistada neste Dia do Oftalmologista.

“Ingressei no mestrado e me apaixonei pelo mundo da oftalmologia. Percebo que, a cada ano, os tutores querem oferecer o melhor para seus pets e prover a qualidade de vida pelo maior tempo possível. A manutenção da visão e da saúde ocular está diretamente ligada à qualidade de vida”, garante a profissional.

Isso porque, segundo ela, a visão garante mais interação com a família e com o meio externo, mais felicidade e, consequentemente, mais autonomia para esse paciente. “Por isso, quero aproveitar essa data comemorativa para conscientizar os tutores e os colegas sobre a importância de um bom oftalmologista para a vida dos pets”, declara.

A precisão no diagnóstico é fundamental para o sucesso no tratamento implementado em pacientes oftalmológicos (Foto: reprodução)

Para fazer essa conscientização, Cristiane cita as doenças oculares que mais acometem os pets e explica um pouco sobre cada uma delas.

  • Catarata: É mais frequente em pets idosos e, geralmente, os tutores conseguem perceber um “esbranquiçado” nos olhos e algum déficit visual. “No consultório, após o exame oftalmológico completo, excluímos as outras possíveis causas que levam a essas alterações e chegamos ao diagnóstico de catarata. O tratamento da catarata é cirúrgico e, quando indicado para o paciente correto e no momento correto, tem altas taxas de sucesso”, afirma.
  • Úlcera de córnea: Essa é mais frequente em raças braquicefálicas (aquelas de focinho curto) e, segundo a veterinária, os tutores percebem em casa desconforto ocular, secreção em grande quantidade e coceira nos olhos. “A úlcera é um machucado na porção mais externa do olho, pode se apresentar de formas mais brandas, como um pequeno arranhão, causado por uma brincadeira, ou como lesões graves e profundas, que podem ocasionar perda visual importante. Para o sucesso do tratamento é fundamental o diagnóstico precoce, o acompanhamento de um especialista e o uso do colar elizabetano, evitando que o pet se coce e piore a lesão”, destaca.
  • Ceratoconjutivite seca: Popularmente conhecida como “olho seco”, essa doença é mais frequente em cães da raça ShihTzu, Pug e Buldogues. “Os tutores relatam presença de secreção ocular espessa, olhos avermelhados e uma coceira intermitente. Essa alteração leva à diminuição da produção de lágrima, prejudicando a saúde ocular. Uma vez diagnosticada essa alteração, é instituído o tratamento com colírios e manejo clínico. Com isso, os pets apresentam boa resposta ao tratamento”, atesta.

Assim como em todas as áreas da Medicina Veterinária, a precisão no diagnóstico é fundamental para o sucesso no tratamento implementado em pacientes oftalmológicos. “Por vezes, o diagnóstico é clínico, ou seja, após um bom exame físico e oftalmológico, chegamos a um diagnóstico definitivo, porém, também existem casos que são necessários exames complementares, como exames de sangue e imagem, para conseguirmos definir o que está levando as alterações do paciente”, discorre Cristiane.

A profissional ainda menciona que, na rotina do oftalmologista, vale salientar o alto número de atendimentos de pets braquicefálicos (aqueles de focinho curto – como os cães Shitzu e Pug, e os gatos Persa e Himalaia). “Devido à conformação do crânio e maior exposição dos olhos, esses animais apresentam quadros recorrentes de conjuntivite, úlcera de córnea, alterações da conformação palpebral (como entrópio e mal posicionamento dos pêlos), entre outros”, elenca.

Após notar qualquer alteração nos olhos de seu pet, tutor deve procurar um veterinário (Foto: reprodução)

Percepção e atendimento

Algumas alterações oftalmológicas são corriqueiras e de simples resolução, conforme lembra a médica-veterinária. “O melhor cenário é que o clínico geral sempre tenha um veterinário especializado em oftalmologia como parceiro. Essa parceria garante o melhor momento de instituir um tratamento inicial e qual o momento de indicar o encaminhamento para o especialista. Minha recomendação é que esse paciente seja acompanhado de perto. Um problema simples deve apresentar algum grau de melhora em 48 horas, caso não apresente, devemos sempre levar o pet até um especialista para não correr o risco de ser tarde e perdermos momentos importantes que podem ser decisivos para recuperação ou não do cão ou gato”, aconselha. 

Como defende a profissional, um veterinário especializado em oftalmologia dedicou, no mínimo, dois anos de sua formação apenas ao estudo desta especialidade, portanto, é o profissional mais indicado para o atendimento de animais com algum problema ocular. “Essa dedicação traz uma experiência que é decisiva na manutenção ou não da saúde ocular do pet. É fundamental que os colegas veterinários e os tutores saibam da existência dessa especialidade e nos procurem com tempo hábil de instituir o melhor tratamento, visando a manutenção da visão e saúde ocular pelo tempo mais prolongado possível”, salienta.

Agora, vale lembrar que nem tudo que nós, tutores de pets, vemos nos olhos de nossos cães e gatos é sinal de doença. Quem nunca se perguntou “Por que os olhos do meu pet brilham no escuro ou com flash de câmeras?”. Sobre isso, a veterinária assegura: “Podem ficar tranquilos! Esse brilho nos olhos não é indicativo de alterações oculares. Os pets apresentam, no fundo do olho, uma região chamada tapetum. Essa porção do olho funciona como um espelho que reflete a luz, gerando esse brilho excessivo na presença de um foco de luz. O tapetum contribui para que os pets enxerguem melhor durante a noite e/ou no escuro e, nessas situações, a pupila encontra-se dilatada, o que facilita nossa percepção desse brilho”, esclarece.