A farmacoterapia é a prática que consiste em tratar doenças e condições de saúde utilizando medicamentos. Envolve a administração de fármacos para prevenir, tratar ou gerenciar problemas médicos, promovendo o bem-estar e a recuperação dos pacientes.
A médica-veterinária especialista em felinos da rede VCA Pet Care, Maria Alessandra Martins del Barrio, mais conhecida como Male, compartilha os principais pontos sobre a farmacoterapia em cães e gatos, elucidando os objetivos, métodos de administração e os cuidados necessários para garantir a eficácia e a segurança dos tratamentos medicamentosos.
Segundo Male, os medicamentos utilizados neste campo incluem antibióticos para infecções bacterianas, antivirais, anti-inflamatórios, analgésicos, antipiréticos, antifúngicos, antiparasitários, antialérgicos, hepatoprotetores, antioxidantes, suplementos alimentares, condroprotetores, promotores de motilidade, laxantes, antiácidos, antieméticos, mucolíticos, broncodilatadores, anticonvulsivantes, ansiolíticos, antidepressivos, estimulantes de apetite, imunossupressores, imunoestimulantes, hormônios e anti-hormônios. “Também há os medicamentos da Medicina Integrativa, como homeopatia, fitoterapia e Medicina Endocanabinoide”, lista.
A veterinária ressalta que a administração de medicamentos pode variar significativamente entre cães e gatos. A via oral é a preferida, utilizando comprimidos, suspensões, pastas, caldas, biscoitos e xaropes. Alternativas incluem a via injetável, a transdérmica, a intra-retal, inalações e colírios. “Gatos são mais voluntariosos e não toleram bem os sabores dos medicamentos, enquanto os cães tendem a ser mais receptivos, aceitando medicamentos orais escondidos em petiscos”, observa. A especialista destaca a necessidade de ajustes individuais para facilitar a administração dos medicamentos.
Atenção durante o tratamento!
Quanto aos efeitos colaterais, Male aponta que os mais comuns são vômito e perda de apetite, principalmente devido à irritação gástrica causada por anti-inflamatórios e antibióticos. “Para minimizar esses efeitos, recomenda-se administrar os medicamentos após as refeições. Alguns medicamentos podem ser tóxicos para órgãos como o fígado e os rins, exigindo monitoramento regular por meio de exames de sangue”, alerta.
A veterinária também enfatiza a importância de precauções especiais durante a administração de medicamentos. “É crucial garantir a dose correta e verificar se o animal realmente ingeriu o medicamento. Para evitar erros, é recomendável separar os medicamentos dos pets dos destinados aos tutores e criar tabelas de horários e medicamentos para pacientes que tomam várias medicações”, sugere.
A escolha e a dosagem dos medicamentos podem ser influenciadas por fatores como idade, raça, peso e estado de saúde geral do animal, de acordo com a profissional. “Animais mais velhos e com disfunções renais ou hepáticas requerem ajustes de doses e intervalos maiores. Além disso, alguns medicamentos são proibidos para gatos devido a distúrbios metabólicos específicos”, explica.
Reações alérgicas a medicamentos, embora raras, podem ocorrer, manifestando-se como coceira intensa, vermelhidão da pele, inchaço do rosto ou prostração súbita. “Em caso de qualquer anormalidade clínica, a prescrição deve ser suspensa e o animal avaliado rapidamente por um médico veterinário”, orienta.
Sobre a segurança dos medicamentos, Male afirma que a principal preocupação é a administração correta e supervisionada. “Anti-inflamatórios, por exemplo, podem causar gastrite e insuficiência renal se não prescritos adequadamente. Portanto, devem ser administrados na menor dose possível, sempre sob orientação veterinária”, reitera.
Está funcionando?
Para monitorar a eficácia e os efeitos colaterais dos medicamentos, os veterinários devem conhecer os efeitos esperados e realizar exames laboratoriais periódicos, conforme necessário. “Tudo dependerá do medicamento prescrito e da duração do tratamento”, observa.
A profissional finaliza enfatizando a individualidade dos tratamentos: “Cada paciente deve ser tratado como um indivíduo, e cabe ao médico veterinário escolher a combinação ideal de medicamentos. Os tutores devem observar as alterações apresentadas pelos pets, evitar a auto prescrição e sempre seguir a orientação do veterinário”, conclui.