A área pet está em constante crescimento e diversificação, com profissionais atuando em diferentes setores, desde a saúde até a estética animal. No campo do asseio, por exemplo, existem várias atividades desenvolvidas que não fazem parte da Medicina Veterinária propriamente dita, como banhos hidratantes e colorações, que são estritamente estéticos. Essas práticas estéticas, embora populares, podem acarretar riscos à saúde dos pets e não oferecem benefícios diretos a eles.
Para a Profa. Renata de Oliveira Saccaro, docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), comenta que atividades estéticas, como colorações, podem resultar em dermatites alérgicas, sendo essencial verificar a procedência e a qualidade dos produtos utilizados. “A estética é algo relativo e, no caso dos pets, não traz relevância para eles, apenas uma satisfação pessoal aos tutores. Devemos avaliar se vale a pena submeter o animal a um procedimento que pode representar riscos à sua saúde, sem benefícios reais”, ressalta a especialista, alertando ainda que procedimentos estéticos que envolvem riscos, como anestesia ou recuperação cirúrgica, precisam ser ponderados cuidadosamente.
“Cirurgias estéticas, como cortes de orelhas e caudas, anteriormente comuns, foram proibidas por lei para proteger os animais de procedimentos desnecessários e potencialmente perigosos. No entanto, existem intervenções que possuem indicação clínica, como correções de dobras de pele que causam dermatites e desconfortos”, explica Saccaro.
Ainda de acordo com a médica, algumas raças, especialmente as de pequeno porte como spitz, yorkshire e maltês, tendem a ser mais sensíveis a esses procedimentos, especialmente na questão da pele. “Os sinais de problemas podem variar, desde prurido, no caso de dermatites, até sinais clínicos mais graves, como dor, apatia e inapetência”, alerta a docente.
Recomendações de cuidados
Apesar dos riscos associados a procedimentos estéticos, alguns cuidados básicos são recomendados para o bem-estar do pet. A escovação regular dos pelos, por exemplo, é indicada e pode ser realizada com frequência sem causar prejuízos. Os banhos devem ser administrados, no máximo, a cada 15 dias, podendo haver intervalos maiores para raças com pelagem densa, e sempre utilizando produtos de marcas confiáveis para minimizar o risco de reações adversas.
“É fundamental que a saúde dos pets seja priorizada em relação à estética. A satisfação do tutor não deve estar acima do bem-estar do animal”, conclui Renata Saccaro.
Fonte: FSG, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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