Cláudia Guimarães, da redação
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Questionar, provocar a instigar a busca por respostas que despertarão a consciência dos profissionais em relação a suas atitudes, comportamentos, utilização de recursos, oportunidades e sonhos. Essas são algumas das diversas funções que um coach pode fazer na vida de profissionais da Medicina Veterinária, em especial, na carreira das mulheres, nossas personagens do dia.
A master Coach, Andrea Deis, explica que o processo de coaching para médicas-veterinárias possibilita o aumento de resultado, entendendo o cenário atual, ou ponto “A”, e o que seria ideal e satisfatório aos olhos do profissional, ponto “B”, o apoiando no caminho a ser trilhado. Para isso, são utilizadas ferramentas cientificamente comprovadas que aceleram e potencializam os resultados esperados. “Todos nós temos o que chamamos de crenças, algumas limitadoras e outras fortalecedoras. Identificá-las permitirá um aumento de visão de oportunidades para essas profissionais”, afirma.
Profissional frisa que mulher não deve abrirmão de ser mãe, mas deve, sim, equalizarexpectativas (Foto: reprodução)
Cada um tem a sua especificidade na busca pelo sucesso, como comenta Andrea, e as veterinárias possuem bons filtros em momentos de escolher caminhos para sua profissão. “No entanto, não conseguimos suprir todas as áreas. O processo de coaching ajuda a traçar metas, desenhar estratégias, definir uma linha de desenvolvimento e crescimento e, dependendo da formação do coach, pode até apoiá-la com soluções de Gestão Empresarial, como criar valor para o cliente, analisar custos e rentabilidade, público-alvo, entre outras ações”, enumera. O processo promove a consciência, as necessidades e as demandas do profissional, como descrito pela especialista.
Elas no topo. A liderança da mulher vem ganhando espaço e se destacando diante dos desafios do século XXI, de acordo com Andrea. Muitos são os desafios enfrentados e muitas são as mudanças a serem vividas no próximo milênio, em sua visão. “Estamos diante de um turbilhão de informações e transformações, mudanças no campo social, político, econômico, organizacional, tecnológico, ecológico e até na valorização do ser humano”, lista.
Portanto, Andrea defende que as mulheres devem buscar conhecimento. “Elas estão cada vez mais atrás de informação na educação formal, aprimorando-se constantemente, valorizando a educação de caráter, onde são julgadas pelos homens por estabelecerem padrões de conduta, e se perdem na educação executiva em suas emoções”, avalia.
A especialista atesta que as líderes do terceiro milênio serão as que hoje estão buscando construir sua liderança, seu jeito de ser, sua marca, suas grandezas individuais na busca do “ser”. “Serão reconhecidas pela sua identidade, retratada pela vivência de seus valores, da sua missão, da sua disciplina e da sua consciência. As mulheres conseguem viver o hoje e ter uma visão mais longa, capaz de imaginar o futuro e até sonhar com ele, enquanto o homem é mais racional”, informa.
Autoconfiança. As competências para o trabalhador do conhecimento exigirão ainda mais liderança, habilidade na administração de conflitos, humildade, criatividade, paixão pelo trabalho, resiliência, idiomas, empreendedorismo, ética e trabalho em equipe, segundo Andrea. “Esses requisitos não faltam na mulher. O que ela precisa é de posicionamento, para ocupar espaço, se sentir competente, falar o que pensa, expressar suas opiniões e acreditar nas suas forças. O universo ainda é machista para muitos cargos, as mulheres ainda ganham menos que os homens, ocupam posições hierárquicas superiores ainda em menor quantidade, porque são complacentes demais. Falta postura e coragem para defender seus ideais, capacidade não lhes falta”, garante.
Andrea Deis dedica-se ao desenvolvimento de pequenas,médias e grandes empresas (Foto: divulgação)
Para ocupar esse espaço no mercado, Andrea frisa que as mulheres devem aproveitar sua capacidade natural de negociar, influenciar e se comunicar. “É essencial utilizar tudo isso quando é para si mesma, aprender a não abrir mão dos seus sonhos para prover os da família, marido, equipe e, novamente, se afastar de seu posicionamento”, destaca. Para ela, a mulher precisa ser firme quanto ao que acredita. “É primordial estar preparada, entender seu papel na vida e na sociedade e se colocar diante das situações”, adiciona.
As veterinárias que gerem seus próprios negócios ou estão em cargos de chefia de grandes empresas devem ponderar alguns pontos em relação a elas mesmas enquanto líderes, entre eles: qual o seu papel e quais papeis deseja ocupar e desenvolver, onde quer chegar, quais suas forças e fraquezas, quais seus sonhos e quais as suas competências. “Ainda é preciso se auto indagar sobre suas crenças fortalecedoras e enfraquecedoras, recursos necessários para desenvolver funções, missão, objetivos em curto, médio e longo prazo e quais as expectativas em relação a elas mesmas”, insere.
Esse empoderamento que as mulheres podem atingir enquanto profissionais da Medicina Veterinária carrega algumas influências e Andrea defende que, com isso, elas passam a ter comando de suas vidas pessoais e profissionais, de seus resultados, de seu ser e conquistam a si mesmo por meio da aceitação, valorização e amor.
Razões e emoções. Para lidar com o lado emocional – que pode existir tanto em mulheres como em homens – dentro de um ambiente ou situação mais incisiva como líder, a coach orienta a neutralizar o sentir e ter foco em mente. “É importante separar fatos e pessoas e saber diferenciar se o que estão dizendo é para você mesmo ou é um fato”, recomenda. Receber, ouvir como um episódio a ser compreendido e solucionado é uma boa saída para não problematizar as situações. “Elas não devem focar ou falar o que sentem, mas, sim, argumentar o cenário, apontar sua visão, dizer como pensam e pretendem contribuir. Além disso, é essencial entender que somos complementares. Some o outro, não o ignore”, sublinha.
As profissionais devem estar preparadas para as opiniões alheias que, certamente, surgem em algum momento da trajetória profissional. Na opinião de Andrea, quanto mais a mulher falar e se prender no fato de que é mulher, só se fragilizará mais. “Por muitas vezes fui chamada de ‘homem de saias’ e, no início, eu me entristecia, me achava fria e até feia. Hoje, atendo um público grande de homens na alta gestão que param para me ouvir, para aprender, para discutir decisões. O que eu fiz? Tudo o que está acima. Busquei e busco, constantemente, conhecimento, pois não existe argumento sustentável sem conhecimento”, expõe.
Em seu ambiente de trabalho, Andrea conta que sempre se questionou sobre o que oferecer e, apesar de não ser médica-veterinária, afirma que esse é o segredo que move todas as profissões. “Junto a isso, estabeleci limites, conquistei respeito, não abri mão de ser mãe e equalizei expectativas. Hoje, espero e desejo mais de mim e menos dos outros. Minha maior expectativa é comigo, assim como meus resultados, escolhas e sonhos”, motiva.
Confira 10 dias para ser uma veterinária de destaque:1. Intensificar a procura por conhecimento;
2. Buscar saber mais sobre seu “ser”;
3. Ter habilidade na administração de conflitos;
4. Humildade e criatividade são essenciais;
5. Espírito empreendedor;
6. Aprender outros idiomas;
7. Ser ética no trabalho;
8. Saber trabalhar e liderar uma equipe;
9. Estar preparada para opiniões positivas, mas, também, negativas;
10. E, acima de tudo, ter paixão pelo trabalho.